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segunda-feira, 30 de junho de 2008
29ª Corrida das Foguerias – Peniche, em palavras
Conheço-a há cerca de 12 anos apenas. Mas desde logo me apercebi que é das provas que devem fazer parte do currículo de todos os atletas que se prezem.
É lá que tenho a minha melhor marca aos 15 km (1h04m). Num percurso certificado. O que tem importância. Até para atletas como eu.
A nível de inscrições, considero o valor justo para o que nos é oferecido. São feitas de forma que considero acessível e é fácil e expedito o contacto com a organização – Câmara Municipal de Peniche - para eventuais dúvidas ou esclarecimentos.
Já a entrega de dorsais, esteve um pouco aquém do nível da prova em geral, que considero muito bom. Problemas a nível de sistema informático registavam como dorsais levantados na totalidade, os de uma equipa desde que, e mesmo que apenas 1 elemento tivesse levantado apenas 1 dorsal pertencente à equipa. E quando solicitado o contacto do elemento que efectuou o levantamento, constata-se a falha de que esse registo não é feito. Perante a minha insatisfação e insistência que não tinha combinado com ninguém para levantar o meu dorsal, lá resolveram verificar melhor e de facto o meu dorsal não tinha sido levantado e estava lá. A mesma sorte já não tiveram outros colegas de equipa. Um lapso. Grave, sob meu ponto de vista.
A partida foi dada a horas e juntou perto de 2000 atletas para a prova principal (15 Km) e cerca de 2500 para a Mini/Caminhada, de 6 Km, num ambiente festivo, onde senti falta dos animadores a que já nos habituamos noutras provas e que nos incentivam de forma enérgica a um aquecimento na base da ginástica aeróbica ao som de música, acabando sempre com muito bons e correctos alongamentos, preparando-nos de facto para o início da corrida.
Partidas dadas em separado, com tiro e foguetes e muito público a dar-nos a maior força em palavras, gestos, olhares e sorrisos.
A uma dada altura corremos ao lado dos caminheiros e isso não é bom. Essa parte deveria ser numa faixa mais larga. Por muito que se vá apenas para usufruir da corrida, os caminheiros em situação alguma deveriam impedir o andamento dos corredores, seja lá que andamento for, e isso aconteceu ao longo de talvez uns 2 kms (no meu caso, no meu andamento).
A passagem pelo local da meta, onde “deixamos” os caminheiros, dá-nos um alento invulgar. De novo, um mar de gente iluminada contagiou-nos com a sua força, que tenho a certeza nos foi transmitida para prosseguirmos caminho. Junto à Fortaleza, chegam-me ao ouvido as palavras de Sérgio Godinho, claras como um dia soalheiro “Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”. Nada que se adequasse mais. À situação, a mim. Dá-me vontade de chorar, mas sorrio. E sigo.
Sigo para penetramos na já noite agora. Estrada junto ao mar, num negrume total, uma fogueira lá à frente para nos guiar. Os salpicos do mar, o cheiro, os nossos passos, e os compassos dos corações. A chama chama-me e sigo-a cega com a luz ao fundo. Várias subidas e descidas. Várias fogueiras. Fantástico. Por estes momentos, perdoa-se todos e quaisquer pontos em que a prova estivesse menos bem. Animação junto às fogueiras. Voluntários, membros da organização, e gente. E vozes, e palmas e cantos. Sou impelida para a frente. Não sinto as pernas. Apenas o coração. Água suficiente ao longo do caminho.
A chegada a Peniche enche-nos de novo ânimo, corremos agora para a meta de novo num corredor de gente que nos aplaude. Somos queridos ali.
A meta aguarda-nos onde a cortamos com prazer. Prazer como em mais nenhuma corrida se tem. A Corrida das Fogueiras, pelas características acima descritas, é de facto única. De um carisma invulgar e único no nosso país. Criado há 28 anos e que se deseja que se mantenha.
Os prémios de presença são entregues aquando da entrega dos dorsais. Uma t-shirt original e bonita, um troféu que muito pessoalmente opino que As Fogueiras mereciam muito mais: um banal troféu de plástico transparente, muito “foleiro”, mas isto não passa apenas da minha mera opinião pessoal. Uma lata de sardinhas terminava o saco de plástico que apesar de ter inscrito o logótipo da prova, a esta hora já deve estar a fazer de saco para o lixo em maior parte das casas. As Fogueiras mereciam também um saquito melhorzinho. Uma prova destas merecia um medalhão. Sem dúvida alguma.
Talvez o orçamento não tenha chegado para mais, e assim já está muito bom, mas podia estar bastante melhor.
Atletas controlados através de chip electrónico e classificações enviadas pouco mais de 1 hora após o final da prova, individualmente para o número de telemóvel deixado por cada atleta, com marca, e classificação na geral e no escalão. Apesar de enganos, é um serviço bom, mas seria melhor sem enganos: recebi a classificação de outro atleta e só hoje a minha: Dorsal 1984 ANA PEREIRA 01h29m41s (este é o meu tempo real); Geral: 95ª, Escalão: 35; SAUDAÇÔES DESPORTIVAS. Um serviço original, mas que não dispensa as classificações na Internet, o que me parece que até esta hora (a 48 horas da prova) ainda não esteja disponibilizado.
Com esta marca (fraca sem dúvida) tirei 4 minutos à Corrida das Festas Cidade do Porto, na semana passada em que na mesma distância e num percurso praticamente plano gastei 1h33m. E agora em Peniche, levada sabe-se lá por quê, num percurso desnivelado, fiz menos 4 minutos. Só se explica pela frescura em oposição ao calor que fez no Porto.
No final da prova, um convívio onde se ofereciam sardinhas, mas que eu dispensei pelas muito más experiências de anos anteriores. Admito que uma sardinhada para milhares de pessoas não seja das coisas mais fáceis de organizar e controlar, e o português, como os outros, mata-se por uma sardinha. Também agora com a crise que o país (algumas pessoas do país) atravessa, até poderia facilmente compreender (mas não compreendo!) que se encham geleiras de sardinhas para levar para casa enquanto outros ainda das sardinhas só sentiram o cheiro, mas ainda assim, preferi eu ir para casa digerir a prova, com a barriga cheia do cheiro do mar e envolta no brilho e no calor das fogueiras, contrastando com a brisa fresca que vinha do mar.
Pensei no Paulo, um amigo de quem fui forçada a despedir-me esta semana. Pensei que um dia acabarei, como ele. Como todos nós. E um dia nada disto será possível. Mas só tenho na cabeça as suas palavras: Viver! Viver sempre! Enquanto cá estamos! E enquanto cá estiver, e mesmo depois, que venham mais Fogueiras. Conto desde já estar presente na 30ª edição!
Ana Pereira
28 de Junho de 2008
domingo, 29 de junho de 2008
29ª Corrida das Fogueiras - Peniche
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Atitude
- Insistimos em correr, nem que seja numa prova uma vez por mês;
- O coração se queixa durante e após as ditas provas, autênticas provas de esforço depois de muitas semanas de sedentarismo;
- O peso aumenta ;
- Começa a aparecer celulite sobre o abdómen, e as mamas caem sobre o estômago quando sentada;
- As varizes tornam-se dolorosas pelo excesso de carga que os membros inferiores suportam;
E quando:
- Fazemos as pazes com a Corrida e a reconciliação foi bonita;
- Decidimos fazer a 5ª Maratona do Porto a 26 de Outubro de 2008;
- Faltam 120 dias para a Maratona do Porto;
Há que fazer alguma coisa! Mudar de atitude e de hábitos. De novo. Sempre de novo! Que recomece cada vez que desista! Pior que recomeçar pela milésima vez, seria desistir pela nongentésima nonagésima nona vez e não recomeçar!
E aqui estou eu. A recomeçar! Outra vez! Depois da corrida das Festas, nada fiz, e ontem prometi a mim mesma que hoje me levantaria cedo para treinar. Para não ter a tentação de ouvir o despertador e desligá-lo, convidei um amigo que se dispôs a correr comigo às 6 da manhã e à minha velocidade.
E assim, 5:40hrs o despertador toca e às 6hrs estávamos a iniciar o treino. 1h03m teve o treino o seu tempo de duração num piso de terra batida com algum (pouco) desnível. Como se senti? Não vale a pena falar nisso para já. Foi bom acordar os patos, ver as rotundas vazias de trânsito para às 7 horas já estarem entupidas, e o banho, o pequeno-almoço e a manhã correram com relevante melhoria do estado de espírito habitual.
Amanhã, estarei a arder nas fogueiras da 29ª Corrida das Fogueiras . Já sei que não é uma prova propriamente fácil pois tem algumas subidas significativas, mas todo o ambiente envolvente – a noite, o som do mar, as fogueiras e o povo de Peniche – compensam largamente. Vou tentar esquecer que já lá fiz 1h04m há uns anos, e vou usufruir da prova da melhor forma que o consiga fazer.
Um exemplo:
quinta-feira, 26 de junho de 2008
A Chama e a 29ª Corrida das Fogueiras
Com as insignificantes e minúsculas contrariedadezitas que teimosamente se têm atravessado à minha frente, ao longo dos últimos e largos (muito largos) meses, se não me dei por vencida, andei lá perto. Dando prioridade e concentrando-me no mais essencial e básico, sobrepondo a subsistência e o bem-estar no que à minha filha diz respeito acima de tudo, esqueci-me de mim.
Esqueci-me de como gosto de correr. Esqueci-me de me alimentar cuidadosamente. Esqueci-me de dar comida à alma e ao coração. Esqueci-me que sou um indivíduo. Esqueci-me que sou mulher. Esqueci-me que tenho gostos e desejos e prazeres por sentir. Esqueci-me de beijar. Esqueci-me de amar. Aprendi a desviar o olhar para não me encontrar. Esqueci-me de alimentar a chama. Deixei-a quase apagar sem perceber que sem ela ponho em causa tudo o resto. Até a tal. A subsistência.
A chama. É preciso mantê-la acesa. Sempre. Sem ela, sem nos apercebermos, vamos perdendo tudo, mas mesmo tudo, até um dia em que ficamos sem mais nada, até mesmo sem nós, e aí… será tarde demais.
Esta ida ao Porto, à Corrida das Festas, fez-me reacender a chama. Não, não me apaixonei nem encontrei um cavalo magnífico com um príncipe no dorso. Mas a chama reacendeu. Ao longo dos 15 Km, à beira Douro, a correr num tempo que se aproxima do que já fiz numa meia maratona, algo se modificou. A chama reacendeu. Roçou ao de leve os que comigo estavam e há que ter cuidado para não causar danos.
Amo a Corrida sim. Não sei como alguma vez pus este amor em causa. Beijei-a e deixei-me abraçar, e ali à frente de todos amei-a e prometi voltar dia 26 de Outubro de 2008, para passar o km 30, e o 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42 e correrei ainda mais 195 metros para completar a minha 5ª maratona.
E entretanto, eu sei que
“Em qualquer dia,
A qualquer hora,
Vou estoirar, p‘ra sempre.
Mas entretanto,
enquanto tu duras,
Tu pões-me tão quente.
Já sei que hei-de arder na tua fogueira,
mas será sempre, sempre à minha maneira.
E as forças que me empurram
E os murros que me esmurram
Só me farão lutar,
À minha maneira (à minha maneira)
À minha maneira
Por essa estrada,
Por esse caminho
A noite, de sempre
De queda em queda,
Passo a passo,
Vou andando, prá frente
Já sei que hei-de arder na tua fogueira
Mas será sempre, sempre à minha maneira
E as forças que me empurram
E os murros que me esmurram
Só me farão lutar
À minha maneira (à minha maneira)
À minha maneira
À minha maneiraaaaa
À minha maneira!”
Xutos e Pontapés
E com a chama acesa, sábado estarei a correr na 29ª edição da Corrida das Fogueiras, em Peniche.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Palavras da 9ª Corrida Festas Cidade do Porto
“Surge, assim, uma nova vaga de crime, o "word jacking" que impede os contadores de estórias, os cronistas, de levar por diante a sua função de relatar. A velha "mordaça", já gasta e de sonoridade menos apelativa, cedeu-lhe o lugar.
Quase sempre o "criminoso" actua sozinho e sem qualquer espécie de coacção física, mas não deixa de apanhar a "vítima" de surpresa. E basta que lhe retire duas ou três palavras da estrutura do conto, ainda em potencial, para que a livre espontaneidade fique condicionada. O espírito já não se solta, as ideias ficam reféns da vontade de outrem.
Contrariamente aos outros tipos de crime, neste, a vítima, reconhece claramente o agressor que, só não "vai dentro", se a vítima não quiser. …/…”
Fernando Andrade
E eu confesso aqui que por várias circunstâncias, no regresso da viagem do Porto, ainda antes de chegar a Lisboa, fui vítima deste novo fenómeno, o “Word jacking”. Com uma diferença: foram dois os agressores e se um deles conheço-o bem e vai-se ver comigo dentro em breve, já o outro não se deixa ver, é omnipotente e escapam-se-nos os seus desígnios, pelo que actua em total liberdade e arbitrariedade, mantendo-se impune e imune a qualquer justiça. Amado por uns, desacreditado por outros, o que é certo é que continua a fazer das suas, inalcançável à mão humana, e somos obrigados a resignar-nos aos seus caprichos, chamados de vontade para os fiéis, que nele buscam conforto e aceitação, mesmo ou principalmente depois dos seus actos loucos, inexplicáveis e malvados.
E assim, final de dia de prova e a Maria para além de Sem Frio e Sem Casa, ficou também …Sem Palavras. E andei 2 dias sem palavras. Impotente e em silêncio disse adeus ao Paulo pela última vez hoje, quando o deixei na sua última morada, restando-me apenas o outro agressor que ainda se encontra a monte, mas que entretanto já me devolveu as palavras que ele tinha roubado e que me faziam falta para falar da:
No segundo dia de Verão do ano de 2008, o Porto acordou cedo com uma neblina que depressa veio a levantar para deixar o sol pousar sobre os corpos dos milhares que escolheram participar na 9º edição da Corrida das Festas Cidade do Porto.
A Runporto, na pessoa do Jorge Teixeira, mas estendendo-se por toda uma equipa que garante o funcionamento correcto da engrenagem desta máquina que é organizar provas proporcionado benefícios às várias partes envolvidas, está de facto de parabéns. Apresenta um profissionalismo e um dinamismo digno de nota e que pelo menos a nível nacional poucos serão capazes de igualar.
Uma máquina gigantesca que funciona de forma ímpar no nosso país, e que proporcionou neste domingo a mais de 1300 atletas e a cerca de 5000 caminheiros uma manhã de festa, muito animada, ao abrigo da prática do exercício físico, numa corrida e caminhada com todas as condições para ser (e foi) de sucesso.
Se considerarmos que parte do valor das inscrições reverteu para um projecto de solidariedade, vê-se que os benefícios vão bem mais além dos facilmente visíveis.
Com uma feira (onde se levantavam os dorsais nos dias precedentes à prova) de fazer inveja a algumas Maratonas nacionais, criou-se um espaço animado e muito agradável para os visitantes, à beira Douro.
A entrega dos dorsais fez-se sem problemas e mesmo quando eles surgem (por qualquer motivo alheio ou não à organização) resolvem-se. Fui testemunha disso.
A prova em si, para além dos primeiros planos e dos seus grandes resultados desportivos, alcançou também a nível de tratamento do atleta de pelotão um patamar de difícil superação.
Partida dada à hora marcada. Caminheiros partiam atrás a uma distância suficiente. Trânsito completamente cortado. Todos os quilómetros marcados. Percurso bem sinalizado, com vários abastecimentos e chuveiros que adivinharam a manhã de calor que acabou por estar, acompanhamento de membros da organização espalhados pelo percurso, onde não houve qualquer atropelo em momento nenhum entre atletas e caminheiros. Sistema de chip para controlo em diversos pontos da prova.
Percurso praticamente plano, muito agradável, junto ao rio Douro, com algum público.
Uma chegada com bastante animação, onde nos é colocado o medalhão ao peito (atletas dos 15 km – prova principal). Nota positiva para o facto dos caminheiros receberem uma medalha bonita, propositadamente feita para a Caminhada.
Água, bebidas isotónicas, bonés, t-shirts, pequenos brindes, óculos de sol, tudo metido num saco é-nos entregue após cortar a meta. Ainda uma tenda onde se podia receber massagens e sempre presente profissionais de saúde.
Em poucas horas já o site da prova disponibilizava a notícia da prova assim como as classificações.
Não sendo novidade para mim o profissionalismo da Runporto, não deixou de me satisfazer sobremaneira a organização desta Corrida Festas Cidade do Porto, em que pela 1ª vez tive oportunidade de participar.
Está pois a Runporto de Parabéns por mais este evento, onde não encontrei qualquer ponto negativo digno de relevo.
Ana Pereira
24 de Junho de 2008
Ai pois claro que correu. E correu muito! Se saiu de Lisboa sem saber se alinharia na partida dos 5 km ou dos 15, lá, depressa se decidiu. Correu 15 Km. Em 1h33m16s.
Marca dentro do possível e expectável. Está contente a Maria. Corre outra vez. Ao lado do Douro sob o Sol abrasador.
- Maria! Força Maria! – ouviu mais vezes do que esperava no decorrer da prova. Não conhece a maioria. Nem precisa. Rostos suados como o dela e olhares vivos como talvez o dela esteja se a par do seu coração. Corre a Maria. 15 km sem parar. Pedacinho de vida feliz.
Várias companhias durante a prova e várias conversas. E a promessa com o Douro a ouvir e que não vai esquecer: se na última maratona desistiu ao km 30 (Outubro 2007, Porto), este ano vai a Maria tirar a desforra. Ali, à beira Douro outra vez. Passará o km 30, o 31, o 32, o 33, o 34, o 35, o 36, o 37, o 38, o 39, o 40, o 41, o 42 e os 195 metros que faltarão nessa altura para a meta. Vai chegar à meta no dia 26 de Outubro de 2008.
Está prometido! E o Douro ouviu…
domingo, 22 de junho de 2008
9ª Corrida Festas Cidade do Porto - algumas imagens
sábado, 21 de junho de 2008
O dia antes
Esta terra dá-me vontade de tentar. De voltar a acreditar. Este rio que brilha e me espelha, dá-me vontade de correr de novo, como ele, incansável, para o mar que o recebe tumultuoso e bravo mas também de abraços abertos para juntos serem um só, que ora o invade misturando-se nele e salgando suas águas, ora deixando-o penetrar em si para juntos se amarem. Num abraço eterno. Como a Corrida que ora me recebe e me ama, ora me pune e chicoteia com seus dedos delgados mas fortes. Como eu que tão depressa a afago, como a desprezo e odeio pelo amor já gasto. O amor… o amor. Sempre presente. Que seria da vida sem ele? E de nós, sem vida?
Nem sei como cheguei ao Porto hoje. Desde engano sucessivos (tão sucessivos que cheguei a pensar continuar a circundar o hotel até à hora da prova amanhã), a uma séria ameaça de autuação por parte de um zeloso (mas querido, ai… tão querido que ele foi…) polícia na cidade, passando por uma barrigada de fome e o facto do meu dorsal já ter sido levantado pela minha equipa, o que me faz ir deitar com um certo desconforto (estava muito mais descansada se já o tivesse comigo), mas não posso dizer de forma nenhuma que a viagem tenha corrido mal.
Valeu-me a companhia, e a bela francesinha picante regada com uma fresca imperial, em frente ao Douro, vendo a noite cair sobre o Porto e sobre nós.
Está tudo a postos. Aguardam-se cerca de 1500 atletas para a corrida de 15 km e 5000 participantes para a Mini/Caminhada de 5 km. Dorsais entregues na ExpoFestas, numa tenda e num espaço muito aprazível junto ao que será o local da partida e da chegada amanhã da 9ª Corrida das Festas Cidade do Porto.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
A Boleia
Inscrições ainda abertas e que podem ser feitas agora e aqui
Eu vou lá estar.
E a prova disso é a confirmação da minha inscrição:
Nº. Registo: 825
Nome: Ana Pereira
Data: 24-01-1969
Sexo: F
Prova: 9ª Corrida Festas da Cidade do Porto
Eu vou lá estar! Agora talvez neste preciso momento se interroguem os meus queridos leitores, os que me querem bem, os que me querem mal e até talvez os indiferentes, como é que uma fulana como eu, que se chora e lastima todos os dias com falta de dinheiro (coitada, só falta dizer é que passa fome, não se percebe é como é que cada vez está mais gorda), e em vias de disputar com um sem abrigo idoso, numa luta até à morte, um bom lugar à porta da igreja para mendigar umas coroas aos beatos e aos turistas, e agora vem aqui declarar a plenos pulmões que vai de fim-de-semana para uma corrida numa cidade que ida e volta lhe fica a viagem quase nuns 700 Km. Gasolina ou gasóleo, portagens, dormida, comida… Façam-lhe as contas. Pois é meus amigos, pois é, eu também abanaria a cabeça num gesto de censura, reprovação e altivez implacável misturada com dó. Falta de dinheiro o caraças! Não há pachorra…
A Boleia
Praticada com naturalidade noutras épocas e lugares, hoje é considerada perigosa, e até muito perigosa e mesmo proibida, punível com coima em alguns lugares.
Perigosa para quem pede e aceita, e perigosa para quem dá. Especialmente este fim-de-semana acautelem-se os condutores. Há mais um pendura de mochila às costas, à beira da estrada. Vem de Além Tejo e parece que ruma ao norte.
No entanto, para responder às necessidades, a Boleia parece que está de volta e está a organizar-se. Depois de visitar este sítio, acho mesmo que vou deixar de viajar de outra forma.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Os comentadores anónimos
Mentiria se dissesse que não gosto de receber comentários ou que os mesmos me são indiferentes.
No início do blog, por ignorância e ingenuidade minha, todos os comentários eram aceites, em automático, assim que qualquer pessoa os escrevesse. Depressa me apercebi que o anonimato dá “coragem” a muita gente e o mundo está cheio de brincalhões. Passei apenas a permitir comentários que careciam da minha prévia aprovação para ficarem (ou não) visíveis no blog. E assim está até hoje.
Por cada comentário recebido, sou avisada por email, e a partir daí leio, e aprovo ou não aprovo.
Uma espécie de censura alegada e criticada pelos brincalhões que assim vêem as suas brincadeiras limitadas. Apenas limitadas. E digo apenas limitadas porque últimos comentários recebidos (e não aceites, com excepção do último no “post” anterior), me levam a reflectir sobre os comentários e a minha postura sobre eles.
Se por norma não aceito, ou não gosto de aceitar comentários anónimos, tipo:
“olá linda, tenho saudades tuas!!!”
“Olá Ana, pelos teus últimos Posts, parece que a tua vida vai mudar!! Espero que para muito melhor!! Muitos Beijinhos!!!!”
e outras frases soltas, o que lhes dá outra postura? Uma assinatura? João? Carlos? Manel? Maria? Francisca? Dará uma palavra no final do comentário, uma maior credibilidade e veracidade ao mesmo?
Questiono-me. Alimentará o meu ego? É por isso que continuo a aceitar comentários? Que importância tem um José ou uma Cristina que escreve a transmitir-me seja lá o que for? Terá importância o nome? A assinatura que aqui não é mais que um conjunto de teclas pressionadas? Questiono-me.
Os comentários são fundamentalmente uma possibilidade de interacção com quem lê. Acho que é isso. Interacção com quem lê, e até a interacção entre os comentadores. Uma possibilidade de comunicação. Uma porta aberta. Que como tal, também deixa entrar lixo, cabendo-me a mim varrer. Varrer a casa.
Respondo directamente aqui ao comentador do último “post”, e que aprovei propositadamente:
Se vou ao Porto? Claro que vou ao Porto! Estou a morrer de saudades! Poderia lá eu deixar de ir ao Porto?!Não aguento muito mais!
quarta-feira, 18 de junho de 2008
O valor das coisas
Hoje fui a casa de minha mãe. Hoje comi. Hoje comi bem.
Não comi muito, nem nenhum prato especial ou requintado. Antes pelo contrário: ali por norma opta-se pela simplicidade.
Hoje, uma posta alta de bacalhau, grão e uma batata nova cozida. Cozida com casca. Simples. Tudo bem regado com azeite onde não deixei de embeber uma côdea de pão antes de a degustar com saudade. Saudade de comer.
Hoje comi. Hoje comi bem.
terça-feira, 17 de junho de 2008
20 anos de Chiado
"Entrou esbaforida no escritório.
- Bem meninas... Vi ali uns polícias.... tão giros, mas tão giros! De bicicleta! Com umas pernocas torneadas... oh pá! Deviam ter visto! (*)
- Então Ana?! E não cometeu logo uma infracção?
- Pois, lá vontade tinha... até podia ser autuada...que não me importava nada..."
(*) 20 anos a trabalhar praticamente ao lado do Governo Civil de Lisboa, e a frequentar as mesmas tascas que 99% dos polícias que por ali andam (ou... param), consolida-nos a ideia do polícia barrigudo, patusco e simpático (alguns) que despeja martinis e copos de tintol (ou branquinho) acompanhados ou não de um pastel de bacalhau, logo às 9 da manhã, como se a noite tivesse sido atravessada sem água no deserto – se calhar é pior que isso, mas enfim, seja lá por que razão for, são cenas que ficam na memória ao repetirem-se ao longo de 20 anos, e que justificam a admiração da mulher ao deparar-se com uma nova geração de polícias que anda por aí.
sábado, 14 de junho de 2008
Vendo Casa
VENDO CASA - URGENTE - VALOR NEGOCIÁVEL - OPORTUNIDADE
Apartamento com cerca de 10 anos
Localização: Quinta do Lírio, Seixal – a 5 minutos a pé da Baía do Seixal, próximo dos Bombeiros, Fórum Cultural, Centro de Saúde e Tribunal do Seixal. Pavilhão desportivo a 100 metros onde se praticam diversas modalidades.
Inserido em zona residencial, com algum comércio, escolas, espaços verdes e arejados, bons acessos a transportes públicos, quer comboio, barco ou camioneta. A 15 minutos de Lisboa por barco.
Características da casa:
1 Quarto com 1 varanda fechada e uma janela
1 Quarto com 2 varandas: 1 fechada outra aberta
Pavimento dos quartos: madeira envernizada, tábuas compridas
Pavimento das restantes divisões: cerâmica
1 Cozinha com móveis em mogno, com 1 grande varanda fechada e um excelente estendal no exterior. Forno eléctrico, placa, exaustor, esquentador inteligente, bancada de granito, gás canalizado com vistoria feita e instalação certificada. Espaço para 2 máquinas debaixo da bancada. Parede de azulejo
1 Despensa com prateleiras com acesso à cozinha
1 Copa grande e espaço muito agradável que dá para a cozinha, com lambrim simples. Tem uma varanda fechada independente.
1 Sala grande com 1 janela
1 Casa de banho completa, com janela, banheira normal, bidé, sanita, lavatório, espelho e armário
1 segunda Casa de banho apenas com lavatório, poliban, sanita e janela.
1 Hall de entrada muito espaçoso com roupeiro. Hall com lambrim. Porta de entrada com fechadura de alta segurança. Vídeo-porteiro.
O apartamento é um 1º andar de um prédio de 7 andares, 2 inquilinos por andar. Ambiente calmo e sossegado. Facilidade de estacionamento. Boa vizinhança. Prédio com 2 elevadores. Bem estimado. Porta do prédio com código de entrada
O apartamento tem instalação para cabovisão (TV, telefone e Internet). Casa com 3 frentes, áreas grandes e muita luz. O interior foi todo pintado há 3 anos. Assunto urgente. Vendo por EUR 89.900,00 – negociável, aceitam-se propostas.
Contacto: Ana Pereira, Telem: 964 937 456, mail: anamariasemfrionemcasa@gmail.com
Vende o Próprio
A CASA
A Sala:
O que se vê das varandas da casa. Ali à volta:
Disponível para quaisquer esclarecimentos que entendam necessários. Obrigada.
Ana Pereira