Não que seja tão difícil de explicar como o será de entender, as razões de um ateu celebrar o Natal, mas ainda assim, cá vai um breve resumo na tentativa de me explicar:
Natal. Época carregada de simbolismos de união, fraternidade, solidariedade, amizade, paz e amor. Oportunidade de juntar a família, quando se a tem e com ela minimamente nos damos e sentimos mutuamente bem. Simbolismo também de renascimento da vida, e com ela renovação da esperança e dos sonhos para realizar.
Em criança, apesar dos Natais pobres e frios, eu gostava da época. Sonhava ao colo de minha mãe nessa noite, a olhar a árvore quase nua, que o Pai Natal nos visitaria e deixaria um presente no sapatinho. Um ser misterioso, que alguns Natais me desiludiu pois o sapatinho acordava como tinha adormecido: vazio.
Depois numa fase entre a adolescência e a idade adulta, houve uma renúncia e negação gritante. Alegava que a hipocrisia era a nota dominante da época e eu não alinharia nisso.
Depois, anos mais tarde, com o nascimento da minha filha, e com um natural amadurecimento, voltei a gostar do Natal. Reapreendi a gostar. E a vivê-lo com alegria. E os tais valores, o simbolismo do Natal, está cá todo! Amor, amizade, paz, solidariedade, união, tudo isso é celebrado. Vive-se como nos outros dias, é certo, mas o Natal surge como mais uma oportunidade de estarmos com quem nos sentimos bem, de partilharmos o que de mais valioso temos: o nosso coração. Tudo isto absolutamente alheio a uma qualquer religião ou crença. E é bonito: a árvore de Natal (desde que não se matem pinheiros!), o presépio com musgo verdadeiro (adoro o cheiro!), a cena do nascimento do Menino, os Reis Magos a avançarem um pouco cada dia, as figuras, é tudo tão...bonito! A história é bonita. A época é bonita!
E é isto. Paralela e alheia a qualquer religião, sinto que os valores e os princípios do Natal, estão todos cá. Se calhar até de forma mais pura e genuína que a encontrada em alguns crentes fervorosos...
Feliz Natal a todos que por aqui passam, e a quem não passa também
E se me der na bolha, ainda por cá passo eu também, antes dessa noite, que se deseja especialmente feliz: a noite de Natal
Doninha... tens a certeza que o barrete é mesmo para usar na cabeça? |