Estórias de encantar, mas sem encanto
Da saga “Férias 2019”
Capítulo...por aí fora...
Agosto de 2019
Trabalhamos. Fazemos parte desse grupo, felizardo e sortudo que tem um trabalho, um ordenado fixo mensal, descontos, taxas e impostos impostos e trabalhamos. Por norma, oito horas a cada vinte e quatro, cinco dias por semana. Com mais ou menos afinco, com mais ou menos motivação e realização, com mais ou menos entrega, com mais ou menos justiça e com mais ou menos reconhecimento. E porquê? E para quê? Para comer! Comer pão com manteiga e amendoins e cerveja, que podemos comprar quase todos os meses. E pagar os estudos aos filhos e o tecto da casa. E somos assim felizes, tantas vezes. Não sempre, é certo, mas muitas vezes, pois a felicidade está apenas no momento e nada mais existe.
E trabalhamos onze meses e planeamos as férias grandes, a gozar uma vez no ano! Em "grande" se for possível. As férias! E se fingimos ser ingénuos e acreditamos que a maior das pessoas fica feliz com a nossa felicidade (que ridícula infantilidade...) é com prazer que anunciámos que vamos de férias! Fazemos planos, partilhamos para onde vamos, o que faremos, etc, e por vezes quase acreditamos mesmo, que a maior parte das pessoas que nos rodeia fica feliz por nós. Não fica, já sabemos, mas teimosamente continuamos a acreditar que sim. E continuaremos a acreditar. Teimosa e infantilmente, continuaremos a acreditar.
Assim, eu, como o comum dos mortais pertencente a este grupo, fiz planos. Amealhei. Poupei afincadamente. E anunciei aos sete ou oito ventos que ia de férias. Estava tão feliz! E em cada Verão, são gravados dois ou três Cd´s para se ouvir no carro, durante a viagem. Este ano, havia também o CD da mãe, com temas escolhidos para acompanhar a viagem e acompanhar o Verão. Temas escolhidos pela mãe, para a mãe.
Entre eles, boa parte do último trabalho da Lena d´Água "Desalmadamente", que me delicia a cada tema. E a viagem de ida teve além das músicas da filhota, este ano teve também o CD da mãe! E como foi feliz essa viagem. Entre o calor do asfalto, as filas de trânsito e os disparates partilhados, ansiosas por chegar. Às férias, tão desejadas e prometidas. Nós,a cadela e as porquinhas e as nossas músicas como banda sonora do que prometia ser o mais belo filme de 2019.
Depois, ao segundo dia de férias, num lugar paradisíaco, cá dentro, mesmo aqui ao lado, um azar acontece. A avó cai e não se levanta mais. Fractura do colo do fémur, foi o diagnóstico. A partir daí, as férias foram absolutamente estrondosas, como podem imaginar. Mas a música, ai a música, melodia e palavras, foram a companhia, foram o abraço e o conforto, foram a confidente que permiti ver-me chorar completamente despida dentro do carro, num CD demasiadas vezes repetido nas viagens que se impunham entre as "férias" e o Hospital... Obrigada Lena d'Água e Obrigada Tânia Patrícia, porque tudo isto é verdade e porque me inspiram! E porque me ensinam, mostram e demonstram que cada palavra, cada gesto e cada atitude nossa, mesmo sem nos apercebermos, pode fazer diferença na vida das pessoas. E faz! Obrigada.
Hipocampo
Eu vou a caminho, vou e vou do inicio ori ,ori, xá chá e bolinhos ai coitadinhos dos meus gatinhos, ó eu vou a gozar o ar, o ar, da voz Sou do hipocampo e há tanto campo em mim estou a ir, meu anjo Ando louca para te fazer um tchim tchim, ai ai Eu vou a caminho, vou e sigo o instinto ora, ora, ção são dez e meia encho a aldeia de macaquinhos, ó vou inflamar o mar, o mar na foz Sou do hipocampo e há tanto campo em mim estou a ir, meu anjo Ando louca para te fazer um tchim tchim, ai ai Eu vou a caminho, vou vou sem destino tino, ino, cente Sente o sinal no mapa astral dos gambuzinos, ó eu vou a tornar o ar o ar em nós
Lena d'Água, em "Hipocampo"
Trabalhamos. Fazemos parte desse grupo, felizardo e sortudo que tem um trabalho, um ordenado fixo mensal, descontos, taxas e impostos impostos e trabalhamos. Por norma, oito horas a cada vinte e quatro, cinco dias por semana. Com mais ou menos afinco, com mais ou menos motivação e realização, com mais ou menos entrega, com mais ou menos justiça e com mais ou menos reconhecimento. E porquê? E para quê? Para comer! Comer pão com manteiga e amendoins e cerveja, que podemos comprar quase todos os meses. E pagar os estudos aos filhos e o tecto da casa. E somos assim felizes, tantas vezes. Não sempre, é certo, mas muitas vezes, pois a felicidade está apenas no momento e nada mais existe.
E trabalhamos onze meses e planeamos as férias grandes, a gozar uma vez no ano! Em "grande" se for possível. As férias! E se fingimos ser ingénuos e acreditamos que a maior das pessoas fica feliz com a nossa felicidade (que ridícula infantilidade...) é com prazer que anunciámos que vamos de férias! Fazemos planos, partilhamos para onde vamos, o que faremos, etc, e por vezes quase acreditamos mesmo, que a maior parte das pessoas que nos rodeia fica feliz por nós. Não fica, já sabemos, mas teimosamente continuamos a acreditar que sim. E continuaremos a acreditar. Teimosa e infantilmente, continuaremos a acreditar.
Assim, eu, como o comum dos mortais pertencente a este grupo, fiz planos. Amealhei. Poupei afincadamente. E anunciei aos sete ou oito ventos que ia de férias. Estava tão feliz! E em cada Verão, são gravados dois ou três Cd´s para se ouvir no carro, durante a viagem. Este ano, havia também o CD da mãe, com temas escolhidos para acompanhar a viagem e acompanhar o Verão. Temas escolhidos pela mãe, para a mãe.
Entre eles, boa parte do último trabalho da Lena d´Água "Desalmadamente", que me delicia a cada tema. E a viagem de ida teve além das músicas da filhota, este ano teve também o CD da mãe! E como foi feliz essa viagem. Entre o calor do asfalto, as filas de trânsito e os disparates partilhados, ansiosas por chegar. Às férias, tão desejadas e prometidas. Nós,a cadela e as porquinhas e as nossas músicas como banda sonora do que prometia ser o mais belo filme de 2019.
Depois, ao segundo dia de férias, num lugar paradisíaco, cá dentro, mesmo aqui ao lado, um azar acontece. A avó cai e não se levanta mais. Fractura do colo do fémur, foi o diagnóstico. A partir daí, as férias foram absolutamente estrondosas, como podem imaginar. Mas a música, ai a música, melodia e palavras, foram a companhia, foram o abraço e o conforto, foram a confidente que permiti ver-me chorar completamente despida dentro do carro, num CD demasiadas vezes repetido nas viagens que se impunham entre as "férias" e o Hospital... Obrigada Lena d'Água e Obrigada Tânia Patrícia, porque tudo isto é verdade e porque me inspiram! E porque me ensinam, mostram e demonstram que cada palavra, cada gesto e cada atitude nossa, mesmo sem nos apercebermos, pode fazer diferença na vida das pessoas. E faz! Obrigada.
Hipocampo
Eu vou a caminho, vou e vou do inicio ori ,ori, xá chá e bolinhos ai coitadinhos dos meus gatinhos, ó eu vou a gozar o ar, o ar, da voz Sou do hipocampo e há tanto campo em mim estou a ir, meu anjo Ando louca para te fazer um tchim tchim, ai ai Eu vou a caminho, vou e sigo o instinto ora, ora, ção são dez e meia encho a aldeia de macaquinhos, ó vou inflamar o mar, o mar na foz Sou do hipocampo e há tanto campo em mim estou a ir, meu anjo Ando louca para te fazer um tchim tchim, ai ai Eu vou a caminho, vou vou sem destino tino, ino, cente Sente o sinal no mapa astral dos gambuzinos, ó eu vou a tornar o ar o ar em nós
Lena d'Água, em "Hipocampo"