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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

e a semana quase passada...

Isto não tem piada se o diário não for diário. Gosto de escrever. O que vivo, o que sinto, inventando se me apetecer, o que sinto ou queria sentir. Gosto. Mesmo que condicionada, o que contraria em absoluto a filosofia com que o Blogue foi criado: sem freios!

Condicionada porque...? Porque...? Porque e porquê?

Pois, não devia. Não devia sentir-me condicionada, não senhor. Arrisco a que o meu blogue desça em pontos na escala da satisfação pessoal (e não só), uma escadaria sem fim. Aliás, era cá um trambolhão se decidisse escrever apenas o "politicamente correcto" e aquilo que os outros acharão bem, ainda assim correndo sempre o risco de o não fazer, mesmo pensando que o estava a fazer.

Assim,na 2ª feira, 23 de Agosto de 2010, o cavalo despiu de novo os arreios, desembaraçou-se da sela e do freio, e livre, foi correr. E correu:


7 Km em 40m51s média de 5:49 / Km

E depois de correr, foi escrever.


Beijinhos e até amanhã querido diário do meu coração, que me ouves e escutas, também com o coração, que eu sei!

Se a minha cadela mingou? Não! Esta é a Estrela, da família também e que corre como um galgo em miniatura!

Nos bastidores, quem lá está para me apoiar sempre e me dizer das mais diversas formas que esta corrida vale a pena?

domingo, 22 de agosto de 2010

Fim de Semana - Início de nova Semana





O Fim de Semana passou e ela... treinou?

Pelos vistos, continua a aproveitar o sol e o mar...



O descanso merecido, que isto de pai (e filha) não é só para trabalhar:

Sabem como Portugal é bonito? E que tem tantos sítios lindos para arejarmos a cabeça e o corpo?
Rio Lizandro, com nascente na freguesia de Almargem do Bispo, concelho de Sintra e Foz junto à Carvoeira, concelho de Mafra, na praia a que deu nome: Foz do Lizandro, concelho de Mafra, depois de percorrer (e correr) cerca de 30 Km que é o seu comprimento. Na Foz, uma língua de areia teima em separar o rio do mar, mas meios mecânicos dão uma ajuda e com maré cheia, o rio é invadido e refrescado pelo mar vigoroso, mar esse ideal para a prática do surf, permitindo ainda uns belos mergulhos.


O Fim de Semana passou e ela... treinou?

Treinou sim senhora! Pelo menos ainda mexe! Então foi assim:

Sábado, 21 de Agosto de 2010:
7 Km em 42m26s média de 6:02 / Km: depois do treino, (e durante o treino!) cansada como um cavalo, apesar de ter corrido como um burro (em esforço e desconfortavelmente - a maior parte do tempo... mas isto não melhora?!) Domingo, 22 de Agosto de 2010:
6 Km em 37m14s média de 6:11 / Km

Mas isto não melhora? Cansaço permanente! Para fazer tempos e distâncias de... de caca!

Com a companhia da Molly, por alguns momentos:Com alguém à espera (Amor, Amor, Amor, sempre presente, necessário a tudo o que fazemos):
Um fim-de-semana muito agradável, intensamente aprazível mesmo! Ocupado, corrido, onde propositadamente preenchi os dias, o tempo, o espaço, para nem sequer lhe dar hipótese, a esse carrasco implacável, de entrar, de preencher ele o espaço, ele, o Vazio, constante presença à espreita, à espera de uma brecha para entrar, ocupar e reinar, vencendo-me. À espera de uma distracção, de um momento descuidado, descansado... meu. Não foi neste fim-de-semana. Não deixei espaço para ele.

Amanhã, uma nova semana. Ocupada. De trabalho. E outras coisas mais.

Boa semana para todos que aqui passaram.

Até depois querido diário

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Semana passada...

De sábado a sábado...Uma semana passada...

Trabalho, praia, refeições tornadas especiais simplesmente porque assim as queremos, e ... e... Treinos! Sim, leram bem! Treinos! Treinos! A Mulher treinou!

Então foi assim:

Sábado, 14 de Agosto de 2010: TREINO! Treino misto! Corrida mista! Início de corrida muito lenta (3 Km), mais 1 Km bem mais rápido (abaixo de 5/Km), mais 2 Km muito lentos, mais 1 Km bem mais rápido (abaixo de 5/Km), totalizando 7 Km em 47m44s, e para acabar mais 7 km ora corre ora anda, anda anda ora corre. Total de exercício: 14 Km em 2h05m09s, que significam... tão só e apenas muitas calorias gastas e um belo passeio pelas Lezírias do Tejo, com direito a cavalos, touros, cegonhas, aves de que não sei o nome, lontras (sim! Lontras!), muitas libelinhas e sol e muito amor à Corrida a voltar. Bom? Mais que bom! Excelente!

2ª feira, 16 de Agosto de 2010: 6 Km em 39m27s, média de 6:34/Km

O resto dos dias: trabalho e outras coisas mais. Mas treinos... não... não houve mais...

A praia:
As Lezírias de Vila Franca de Xira, quilómetros a perder de vista junto ao Tejo, em caminhos de terra batida, planos, local muito bom e agradável para treinar, onde no passado fiz vários dos meus treinos longos, quando eu era uma atleta que me preparava para a Maratona. Outros tempos:
Não há corridas sem paparocas. Boas de preferência! Simples, mas soberbo. Desta vez bacalhau assado na brasa (no carvão), fazendo-se acompanhar de batata e feijão verde cozido, salada de tomate, azeitonas, azeite quente e alho, e bom pão e melhor vinho!
Gosto de comer, de correr, de escrever, de ir à praia, de passear, de fotografar e ser fotografada, e ainda de partilhar estas banalidades (para não lhes chamar outra coisa) com quem me quiser ler. Gosto e pronto!

Até amanhã ou depois querido diário, e bom fim de semana para quem aqui passou.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Onde a Corrida nos leva...

Quinta da Flamenga

Foi onde o meu avô morreu. Há cerca de 30 anos atrás. Lembro-me. De entrar no átrio e as narinas serem invadidas pelo intenso cheiro que identificava como sendo éter. O cheiro a Hospital, a desinfectantes e a medicamentos, misturado com o cheiro a doença, que inalava quando caminhava pelo corredor e entrava por fim no quarto.

Levavamos-lhe bolachas de água e sal, as únicas que ele podia comer e que eu provava junto com ele, e corava quando a minha mãe anunciava orgulhosamente que eu já sabia cozinhar. Época em que ela se orgulhava de mim e em que eu corava, incerta do meu saber. Menina pequena que eu era.

Lembro-me dos jardins, onde esperávamos a hora de visita ou que visitávamos depois. Bonitos. Verdes. Empedrados. Lembro-me. Lembro-me também da casa mortuária onde o visitei quando os seus olhos já não se abriam e as mulheres e homens velhos me beijavam chorosos sem eu os conhecer. Não compreendia aquele sentimento geral. Juro que não o compreendia. Apenas sabia que a minha mãe tinha perdido o pai.

Lembro-me da capela de azulejos onde foi dada missa e das palavras vazias e decoradas proferias de cor. Lembro-me da revolta, sempre a revolta contra um representante da hipocrisia perante a morte. Compreendia a morte. Ou julgava que a compreendia. O último adeus sentido e vivido num lenço branco que lhe tapa o rosto, se levanta com uma leve brisa e que é recolocado de novo por mãos rugosas, sobre o rosto do meu avó, que jamais me beijará num hálito fétido de velhice e de doença.


Foi aqui neste Hospital. Há trinta anos atrás. Hoje, a Corrida levou-me lá. Hoje, depois de fechado e muito vandalizado, ergue-se a adivinhar as ruínas que há-de ser. Dói-me o peito ao ali passar. Revejo o que lá vivi, de novo. A entrada no quarto, o mandarem-me sair porque estavam a fazer o penso a uma ferida que nunca sarou, e a recordação da imagem da minha mãe a ampará-lo para ele aliviar a bexiga, ali mesmo no quarto, para um bacio alto, que deve ter nome próprio mas que eu nunca soube.

É assim a Corrida. Leva-nos a lugares incertos sem darmos conta, nem percebermos porquê. É assim a Corrida. Levou-me ali hoje,
2ª feira, 09 de Agosto de 2010, dia em que corri 6 Km em 38m03s média de 6:20 / Km. Que importância tem isso? Tanta ou nenhuma como a morte do meu avô há 30 anos atrás num edifício que está hoje a cair de podre, literalmente a cair de pobre, e que é sem dúvida alguma parte do nosso Património, da nossa história, do nosso ser, da nossa vida.

E hoje é assim:
Apenas uma história recordada, de uma quinta construída no século XVII, inicialmente casa de recreio e agrícola dos Duques de Loulé, salientando-se a capela forrada a azulejos com cenas da vida de Santo António. Possuía uma zona de lazer com lagos e jardins, parte dela destruída já e ocupada por uma urbanização que lhe roubou muito mais que o nome: Quinta da Flamenga. Funcionou como Sanatório e Hospital, até ser fechado e abandonado às vontades dos vândalos.


No passado teve ainda um aqueduto que vindo da Serra, onde tantas vezes treino, trazia água para um tanque, embelezado por um marco Fontanário, situado defronte do Palácio


Hoje é isto: ruínas e história. A morrer, a fugir da gente e até das memórias.


Garanto que voltarei lá, para buscar mais memórias, minhas e de outros mais antigos que eu sou só uma menininha. Porque história é também Vida. Aprendemos com ela. Até a perceber quem somos.


Depois, no resto da semana, não consegui sair para correr. E amanhã é já outro fim-de-semana. Bom Fim-de-semana para todos. Com ou sem Corridas




domingo, 8 de agosto de 2010

Cozinhar é fácil, Arroz de Tamboril e Treinos? e Treinos?

Cozinhar é fácil. Agora que sei que gosto, e que tenho dado asas ao gosto, tenho a mania que sei, empenho-me e com muito amor à mistura (é fundamental) as coisas até nem me saem muito mal (modéstia...). A Cozinha é um local onde gosto de estar. Sim, a Cozinha, esse local para onde me chegaram a mandar quando corria eu a Meia Maratona de Setúbal, há quase 15 anos atrás. Ah publicozinho como evoluíste! Tu e eu!
Arroz de Tamboril

Pega-se num tacho com água e sal, leva-se ao lume, acrescenta-se-lhe uma malagueta (ou mais, depende dos gostos, e aqui em casa aprecia-se sobremaneira o picante) e quando ferver atira-se para lá tamboril (já arranjado, cortado aos cubos) e umas gambas.Num tacho de barro, leva-se ao lume cebola, alho e pimento vermelho, tudo picado, azeite, tomate maduro, 1 folha de louro, pimenta preta moída e malagueta (mais ainda!),


e deixa-se cozinhar mexendo sempre. Quando os ingredientes tiverem ar de cozidos acrescenta-se 1 chávena de arroz e mexe-se. Assim que todo o polme esteja bem entranhado no arroz (pouco mais de 1 minuto), retira-se 2 chávenas de água (ou um bocadinho mais) da cozedura do peixe e acrescenta-se ao arroz para este cozer. Vai-se mexendo e quando este estiver praticamente cozido, atira-se (suave e delicadamente como convém) o peixe e as gambas para cima, deixa-se acamar (fazer uma cama) sobre o arroz, e apaga-se o lume. Coentros frescos picados devem ser espalhados por cima e eis: mesa com eles, que este prato não pode esperar!
Pão de Mafra, Vinho tinto do Alentejo e água (sempre) e temos um magnífico jantar para desfrutar.e Treinos? e Treinos?

Sábado 07.08.2010 43m48s 7 Km média de 6:15 / Km - Errado, foram 6 Km em corrida contínua, em 36m16s (o que dá uma média de 6:03) e um último Km ora corre ora anda, ora anda ora corre.... Calor, cansaço, resfriado... desculpas, nada mais que burrice na gestão do esforço!

Domingo 08.08.2010 44m28s 7 Km média de 6:21 / Km - ligeiramente mais lento que ontem, mas o suficiente para me permitir correr os 7 Km de forma contínua sem grandes oscilações e/ou quebras.


E assim, um fim de semana se passou, vivido e corrido. Dias a juntar à Vida. Bons estes. Amanhã logo se verá.

Até amanhã querido diário.... e faltam 33 dias para a 34ª Meia Maratona de S.João das Lampas. Para a Meia e para a Mini, entenda-se e fique claro.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Eu e a Corrida

Ai como eu queria dizer que tenho corrido.
Ai como eu queria dizer que tenho treinado e que sou por isso um exemplo... de qualquer coisa.

Mas hoje, agora, só posso dizer que tenho corrido assim:Sem nada nos pés ou na cabeça, sem equipamento próprio, sem cronómetro ou GPS, sem plano ou método, sem aspiração ou projecto, sem tempos ou ritmos definidos, sem prova à vista e sem objectivo palpável e visível aos olhos.

Simplesmente tenho corrido, assim, descontraidamente como quem vive, descontraidamente como fazendo parte da vida, verdadeiramente livre, deixando os projectos, os planos e os objectivos para outras áreas da vida. É claro que não gostaria de ter de dizer que esta Liberdade me tem privado de uma evolução e de uma forma que gostaria de ter, mas tenho de o admitir. Afinal nunca somos verdadeiramente livres. Há sempre limitações, quer optemos por umas coisas ou por outras.

Não quer isto dizer que me tenha divorciado da Corrida, nos moldes a que nos habituamos a vivê-la. Mas antes busco um novo sentido para ela. Para ela e para mim. Se é que existe. Como num casamento saturado, onde ambos cansados incapazes de reinventar o Amor, assim estávamos nós, eu e ela, e por isso resolvi dar um tempo (quando dizem isso querem sempre dizer que acabou, só que não há coragem de o assumir, mas nós não!). Um tempo a olharmo-nos de novo como se nos conhecêssemos agora e nos deslumbrássemos com o que vamos conhecendo. Uma lufada de ar fresco preciso nesta relação. Deixai-o entrar, correr as salas e soprar. O vento. Que novas trará? Como a onda incansável que rebenta nas rochas e volta rendida, para depois voltar renovada, uma e outra vez, sempre, até ao infinito, vezes sem conta, enquanto o mundo for mundo. Cansada sim, mas invencível.