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sábado, 30 de dezembro de 2017

24ª S.Silvestre Cidade do Porto Liberty Seguros

24ª edição da S.Silvestre Cidade do Porto Liberty Seguros - 30 de Dezembro de 2017
24 horas de Vida, um flash de alegria e emoção


Foi ao fim da tarde (18:00hrs) do dia 30 de Dezembro de 2017 que decorreu a S.Silvestre Cidade do Porto Liberty Seguros.
Longe da sua 1ª edição, em 1994, com apenas 391 atletas a cortar a meta, esta, a 24ª edição teve 8255 chegados à meta e eu fui um deles, com o maior sorriso do mundo. É incrível o que me faz sorrir!

Esta prova, com um preço inicial de 1ª fase, de EUR 12,00, oferece-nos um ambiente absolutamente mágico pelas ruas do Porto, onde o público e a animação não faltam e sob as iluminações de Natal, corremos num percurso de sobe e desce durante 10 Km, completamente vedado ao trânsito, em absoluta segurança, com abastecimentos de água,  quilómetros marcados e animação. 

Partida por blocos. Chip incorporado no dorsal, controlo a meio da prova, possibilidade de acompanhar o atleta  pelo serviço disponibilizado de Live Tracking, em que em casa, os familiares ou amigos poderiam fazer o acompanhamento em tempo real dos atletas, as classificações ficaram disponíveis rapidamente, envio de SMS para os atletas com o seu resultado pouco depois de terminarem a prova. Uma meta fabulosa, onde apesar da constante chegada dos atletas se corta a linha de chegada em passo de Corrida, tão vigoroso quanto as nossas pernas deixarem, a fazer-nos sentir uns autênticos campeões.

Foi também oferecida uma t-shirt técnica,simples e bonita e uma pulseira luminosa, excelente para quem treina à noite em meio urbano e é muito importante ser visível para os automobilistas.

Foto de Zé Lopes Reportagem
Guarda roupa disponiblizado. Água e uma medalha lindíssima no final, que se poderia gravar com o tempo feito, para além de produtos dos patricinadores como iogurte e pacotes de natas.



E quando já só nos falta correr cerca de 1 km e pensamos já ter visto tudo e concluir que a prova está muito bem organizada e é excelente, entramos no Túnel de Ceuta, coisa ali pelo Km 9 e aí...meu deus, o coração dispara, o asfalto descendente convida a acelerar ao ritmo da música dos Xutos & Pontapés, "...E vou correndo! Já não demora! E vou correndo p'ra ti..."  e emoções crescem no peito e assomam à garganta e quando tentas trautear a canção, há um nó na garganta que entretanto se formou e quase te faz chorar e a tua voz não sai. E ali, nesse instante, olhamos bem para dentro de nós, e inexplicavelmente vamos buscar forças ali, bem dentro de nós, onde nem sabíamos que existiam (ou sabemos mas por vezes esquecemos), e corremos com mais força, e sorrimos, e seguimos para a meta, com o coração cheio, a transbordar de felicidade.


A prova tinha ainda uma Caminhada de 5 Km e a recolha de bens alimentares para quem quisesse contribuir para a Legião da Boa Vontade e ajudar os mais necessitados.

Prémios monetários por escalões, exactamente equiparados entre os dois sexos.

Por tudo isto, pela 24ª edição desta prova, pela excelente organização e por tudo que proporcionou a cerca de 14.000 pessoas, muitos Parabéns Runporto!

Que venham as Bodas de Prata para o ano, que se eu puder, lá estarei de novo!


A minha S.Silvestre Cidade do Porto

Depois das festas, cortei com a já quase rotina natalícia, entre família, comidinhas boas,  doces e fritos e presenteei-me com esta prova, num salto fugaz ao Porto, que me durou precisamente 24 horas. 24 horas magníficas a marcar a minha vida.

Saímos de casa sábado de manhã para irmos almoçar ao Porto. De seguida, foi preparar para ir levantar dorsais e equiparmo-nos para correr. O trajecto entre o hotel e a Loja do Munícipe junto à Partida (onde se levantavam os dorsais) foi feito a andar mas quase a correr. Um nervoso miudinho apoderou-se de mim e caminhava cada vez mais rápido, com o Fernando atrás a lastimar-se que não era preciso irmos tão depressa, mas eu não tinha feito 300 km de carro, para chegar fora de horas ao levantamento do dorsal e não conseguir correr!

Pelo caminho ainda deu para apreciar esta magnífica cidade! E até para algumas fotos!



Mas claro que chegámos a tempo. Havia alguma fila mas despachamo-nos muito rapidamente. Entrega de dorsais e kit de atleta num saquinho, com t-shirt técnica com o tamanho que pedimos, pulseira luminosa, um pacote de natas e panfletos. 

Tempo para um café, conversa e mais fotos.E apreciar. Apreciar! Cada momento. Inalar esta cidade, este ambiente, absorver cada estímulo e deliciar-me no Porto. O Porto é uma cidade muito bonita! Degustei cada instante como degustei o café, com um prazer genuíno e autêntico.




Com Fernando Sousa e  José Sousa - foto de António Sousa - Muito bom reencontrar amigos!











Entretanto era hora de entregar a roupa que queríamos que nos guardassem, para vestirmos no final da Corrida, e alinharmos na linha de partida, no bloco "menos de 50" o que sabia não iria conseguir fazer, mas dentro desse bloco ficamos para o fim e lateralmente, pelo que não atrapalhei ninguém. O Fernando, como tinha estado doente dias antes, optou por me acompanhar, pois o seu nível é outro.De qualquer da formas, combinamos um ponto de encontro, caso por algum motivo nos separassemos durante a Corrida.

Os ponteiros do relógio da torre aproximavam-se das 18 horas, e entre a multidão e muita animação, o tiro é dado. Vamos ainda a caminhar até à linha de partida, onde se pode então começar a correr. Muita, muita gente. Vou calma, tenho de ir calma, são só 10 km mas por motivos (sim, motivos!) tenho de gerir o esforço e ir calma.




E então é como um mergulho na magia das ruas do Porto. Vai escurendo e as iluminações de Natal e o público dão agora luz à prova. Há algum desnível, mas lá vou mantendo o ritmo imposto (6 e picos o km), com o Fernando sempre junto de mim. Ora atrás, ora ao lado ora mesmo à frente, sem puxar, mas motivando-me para continuar. E eu continuei. Deslumbrada. Redescoberta da Corrida e do prazer de correr. Como a Vida, a Corrida redescobre-se, reinventa-se e tem tanto para nos dar, só temos de tentar, acreditar, resistir e lutar também.

E quase sem dar conta, dou por mim no km 9, o Túnel de Ceuta, que me ficará na memória para sempre. Ali, quase na meta, somos brindados com uma animação estrondosa. A música dos Xutos & Pontapés, as meninas a dançar, as personagens, os cartazes com mensagens motivadoras, a luz, tudo! Tudo absorvido com intensidade, processado e  restituído ao exterior depois da viagem ao fundo da nossa alma, atravessando todos os recantos, iluminando-os e traduzindo-se numa força tamanha que nos impele para a frente com toda a força do mundo e que é a nossa afinal. Foram momentos absolutamente magníficos vividos naquele túnel, inesquecíveis para mim.





E com um nó na garganta, saio do túnel ainda com as palavras do Tim a ecoar na alma "Vou correndo..." e dali a nada estamos já nos Aliados, com a meta a poucos metros. Corto a meta junto com o Fernando, recebemos uma medalha muito bonita e tiram-nos uma foto (que ainda não descobri onde andará...). Depois, é alongar, ir buscar a roupa para vestirmos e regresso ao hotel em passo calmo agora.

Meta Cortada, medalha merecida!
Depois, é preciso recuperar energia, hidratar e continuar a degustar o Porto, as ruas, as pessoas, o ambiente, a comida, os sorrisos, a noite, sem frio, sem medo, apenas com serenidade e alegria.

E dali a nada é tempo de voltar. 24 horas se passaram e é preciso voltar. Clara e inequivocamente mais rica!

E daqui a um ano faz a S.Silvestre do Porto as Bodas de Prata e eu quero lá estar de novo!



A excelente recuperação, com hidratação da melhor:





Um brinde a 2018, à Vida, à Saúde, à Amizade e às Corridas


Organização: RUNPORTO

Corri os 10 Km da prova e fui a 4226ª classificada de um total de 8255 chegados à meta, com o tempo líquido de 1h02m10s, num ritmo médio de 6'13"/Km


PosiçãoPos. Esc.Tempo oficialTempo líquidoRitmo
42267601:03:0201:02:1000:06:13



Os primeiros:

Masculinos:
1. Rui Pedro Silva (Sporting), 29m56s.
2. André Pereira (Benfica), 30m32s.
3. Daniel Gregório (Centro de Atletismo de Seia), 30m34s.
Femininos:
1. Salomé Rocha (Sporting), 34m35s.
2. Cristiana Valente (Recreio Desportivo de Águeda), 35m28s.
3. Vanessa Carvalho (Sporting de Braga), 35m47s.

Breves imagens do que foi a 24ª S.Silvestre Cidade do Porto Liberty Seguros:


Fotos:

Por António Sousa, ver aqui

Pela Runporto, ver aqui

Por Zé Lopes Reportagem, ver aqui

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

"O presente" ou "Pedacinhos da Vida com a Molly"

Levas o teu cão à rua. É já noite fria. Tentas tirar—lhe umas fotos. Ensejas o melhor cenário e a posição do cão, enquanto seguras o telemóvel com uma única mão e tentas enquadrar o cão. Em simultâneo ajeitas a trela para evitar parecer que tentas enforcar o cão. Agora! Momento perfeito! Não!! O cão começa a obrar! Não faz mal, tiras a foto na mesma. Toca o telemóvel. Interrompes a "sessão fotográfica" e atendes. Entretanto o cão termina a sua obra e avança, e tu, distraído, já a falar ao telemóvel, avanças também. Três passos apenas.
— Espera. Não apanhei o presente. Vou voltar atrás. Espera...Onde está? Já não encontro! Oh não, bolas, foi mesmo por aqui, só dei três passos...tem de estar por aqui...olha! Está aqui, deve ser este! Parece mesmo um dos dele!
Do lado de lá, a risada cristalina e genuína ilumina a tua noite e incentiva o teu discurso.
— Vou apanhar este!  Mesmo que não seja o dele, tiro um do chão, obrigação cumprida!
E quando pensavas que não podias rir mais, és surpreendido pelo remate hilariante do outro lado da linha:
— Vê se está quente.
— Ah ah ah, sim, está morninho! Definitivamente é o dele!
E continuas a rir, enquanto dás um nó no saquinho e o colocas no lixo.

domingo, 5 de novembro de 2017

14ª Maratona do Porto




Maratona do Porto é sempre uma festa. Começa para mim, alguns meses antes, com a organização dos autocarros que a Runporto disponibiliza para transporte entre Lisboa e Porto. Este ano não foi diferente. Quer dizer, na verdade foi! E muito! Extremamente limitada em tempo e meios, lá consegui reunir 67 participantes que viajaram num único autocarro com destino à magnífica cidade do Porto para desfrutarem da cidade e da fantástica prova rainha: a Maratona do Porto, ou da Family Race (15 Km) ou mesmo apenas da Caminhada, eventos que decorrem em simultâneo com a Maratona e permitem a todos participar na festa.






Saímos sábado de manhã de Lisboa rumo ao Porto. Sempre algum stress, receio de alguma coisa me ter falhado, de alguma coisa correr menos bem, receios esses que se vieram a revelar infundados mais uma vez. Mas até chegar a Lisboa no domingo à noite, não descanso.

Este ano, vinda de lesão, não consegui atrever-me a fazer a Maratona, pelo que me inscrevi na Family Race, prova de 15 Km, igualmente regulamentada e cronometrada. E mesmo para essa, os treinos foram os que o esporão no calcaneo me permitiu e não foram os que deveriam ter sido.

A feira da Maratona, situada no Edifício da Alfândega do Porto, recebe-nos com vários stands, onde se podem encontrar boas oportunidades de compra e também vários artigos alusivos à Maratona. 


Levantamento de dorsais fácil e rápido. E uma Pasta Party, gratuita para os inscritos na Maratona, acompanhada de música ao vivo num ambiente verdadeiramente especial.












O reencontro com amigos e conhecer novas pessoas, é sempre agradável e muito enriquecedor. Saímos da feira de barriguinha e coração cheio, deixando ainda espaço, especialmente no coração para muito mais que este fim de semana me veio a dar.

Rumo ao hotel, passear e descansar um pouco e de novo, novo reabastecimento de energia que preciso correr amanhã 15 Km....Só!








O dia da prova

Não há nervoso miudinho. Afinal vou só ali correr correr 15 Km. Há duas emoções distintas: tristeza por não partir para a Maratona e usufuir do que só a prova rainha nos dá, mas também uma espécie de alívio por ir apenas correr 15 Km e mais nada me ser pedido. Há algum conforto nisso acompanhado de tristeza e desalento. É estar dentro da minha zona de conforto, sem sequer poder ambicionar grande coisa nos 15 Km, pois não houve treinos para isso. É simplesmente ir correr 15 Km, ali, atrás dos Maratonistas...

O pequeno almoço é cedo e há uma mesa de iguarias. Pena ir correr, penso. Tanta coisa boa para degustar. Como bem mas demasiados ovos mexidos, que adoro e que continuaram a mexer dentro da minha barriga até ao fim da Corrida!






Depois, é ir para o local da Partida. Levados pelo autocarro da organização (uma das vantagens de ficar em hotéis com parceria com a Maratona). 








E num ápice lá estamos. Reconhecer o local de partida e de chegada, lamentar-me baixinho "ai, aqui não chegarei este ano, esta meta não vou cortar - a da Maratona, ai, ai, ali é que que queria estar...sou tão infeliz...ai ai", mas tão baixinho, tão baixinho que nem eu própria ouvi muito bem, pois mais alto ouvia o meu coração que gritava com alegria: Corre, Vive, Ama, Usufrui. E assim fiz, sem pensar muito mais!






E depressa chega a hora da Partida. Deixo o meu amigo António entrar no último bloco da Maratona e eu parto de trás, no bloco dos 15. Em menos de 2 km estava a apanhá-lo e a partir daí sigo com ele, sempre na conversa, até a Corrida bifurcar (ao km 12) e então sigo sozinha para a meta. Apanho uma boa subida (Av. Boavista) e só depois...meta!  Foi mais de 1 hora de conversa com ele, velho Amigo reencontrado, o que muita alegria me deu por o encontrar tão bem!






Corto a meta, marcava o cronómetro da prova 1h36m. Sabido que só passei a linha de partida alguns minutos (3 ou 4) depois do tiro de partida, devo ter feito a coisa em 1h32m, 1h33m. Dentro de expectável. 

Regresso ao hotel, almoço, e usufruir mais um pouco do Porto que daqui a nada é reunir as tropas e voltar a Lisboa.



O balanço: 

O balanço é a Felicidade a romper a pele e irradiar por todos os poros. São as emoções. Permitidas e proporcionadas por uma prova de excelência, que começa intensamente na véspera na viagem de autocarro disponibilizado pela Organização, e que eu mais uma vez coordenei. É as gargalhadas fáceis, a alegria genuína, as palermices, a amizade e o amor. É o enriquecimento nas conversas com as pessoas, na descoberta de algumas delas, no levantar do véu do tanto que é a essência de cada um. É afinal redescobrir que vale a pena deixar de ser o bicho do mato que tantas vezes me apetece ser, e acreditar que as pessoas ainda valem a pena! É redescobrir que Correr é bom. Que Viver é bom! E quando por fim, chego ao fim de Domingo, depois desta "Maratona", respiro, recosto o corpo, fecho os olhos e simplesmente me sinto intensamente mais rica, recompensada e grata pela Vida, porque isto tudo vale muito a pena!
  



Aguns dados da prova:

Maratona: 4537 chegados à meta
Family Race:  2843 chegados à meta

Um total de cerca de 15.000 participantes, contando com os da Mini/Caminhada

A Maratona do Porto, apesar de ter tido este ano um pequeno decréscimo no número de chegados à meta em relação ao ano passado, continua a ser a Maratona de Portugal com mais atletas chegados à meta, afinal um reflexo natural do trabalho desenvolvido pela Runporto e pela excelente Maratona que é.

Para o ano quero ser responsável por aumentar esse número, e usufruir de tudo a que tenho direito quando corto a meta da Maratona!

A Organização está pois de Parabéns! Duvidas? Anda ver para o ano! 

Marca já na tua agenda, a 15ª edição da Maratona do Porto é 4 de Novembro de 2018. Vens?

Mais informações e classificações no site da Organização, aqui

Algumas imagens para ver aqui

Pela Fernanda Silva, Album 1, aqui

E Album 2, aqui

Por Matias Novo, aqui