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sábado, 8 de setembro de 2007

31ª Meia Maratona S.João das Lampas

Desde que me iniciei nas participações regulares em corridas abertas a todos (há cerca de onze anos) a Meia de S.João das Lampas sempre me foi desaconselhada. Pela dureza principalmente. Outros factores não eram por si desfavoráveis ou desmotivadores.

Apenas há dois anos lá me estreei. E o mito caiu por terra! E eu até gosto daquele tipo de percurso. Tem de se dar um desconto pela minha tendência masoquista, mas ainda assim, ele há gostos para tudo, e eu, por muitas mais razões que essa, elegi a Meia Maratona de S.João das Lampas para figurar com termos de permanência efectiva na minha agenda desportiva, de ano para ano.

E ao fim de trinta anos, vindo a treinar aos poucos, conseguiu nesta edição, aquela organização dar um salto para um patamar bastante elevado. Os tempos das voltas ao coreto já são história.

Hoje, uma organização profissional, com substanciais melhorias nesta edição, leva a cabo uma prova de mérito excelente.

Um prova com um site próprio onde se disponibilizou muita informação, antes e depois da prova.

Facilidade de inscrição, levantamento de dorsais sem quaisquer problemas, uma exposição da história desta corrida que completou hoje 30 anos, sempre interessante de recordar ou de simplesmente se transportar, pois apesar do pelotão estar envelhecido, para muitos é uma viagem ao passado, ao mundo e à realidade da corrida em Portugal há 30 anos, quando eram ainda miúdos de calções ou nem eram nascidos sequer.

Muita animação na partida, chegada e ao longo do percurso. O público ajudou, feliz de nos ver passar na sua terrinha a cheirar saudavelmente a estrume de vaca ou de porco. As mulheres, de bata vestida, as crianças de mãos estendidas para nos tocarem, os homens de copo na mão, mas sempre batendo palmas, e dando palavras de incentivo, e desejando que voltemos para o ano. Voltaremos sem dúvida.

A organização teve ainda o cuidado em escalonar as classificações de forma mais justa do que ao que estamos habituados negativamente em muitas outras provas, principalmente no que diz respeito ao sector feminino.

Uma partida animada e atempada. Uma caminhada/mini em simultâneo para que todos tenham a oportunidade de participar na festa.

Bons e suficientes abastecimentos, assim como chuveiros à disposição ao longo de todo o percurso certificado, bem sinalizado e com os quilómetros marcados.

Relevo positivo para as indicações de aviso para atletas e automobilistas, na estrada nacional, de forma à circulação de ambos se fazer o mais segura possível.

Uma excelente reportagem fotográfica levada a cabo pela equipa da AMMA, disponível on line passadas poucas horas do final da prova.

O mesmo para as classificações, no site da prova.

Uma chegada gloriosa para todos, recebidos com atenção e mimo, desde as palavras e gestos (e estes e aquelas que tanto valem, para saber se estamos bem, se nos sentimos bem…) passando pelos produtos tradicionais da zona, desde ovos, bolinhos, salgados, e outros, não esquecendo a t-shirt, ofertados com carinho por mãos voluntariosas que nos iam enchendo o saco e sorrindo-nos, em trajes bonitos e vistosos.

Teve a prova este ano pela primeira vez, uma bonita medalha, e uma revista da prova, que esperemos venha a ser possível manter, onde se contam histórias e testemunhos de 30 anos, assim como se inclui a classificação do ano passado.

A entrega de prémios foi feita com a dignidade que a prova e os atletas merecem.

Por resistir 30 anos, chegar a 8 de Setembro de 2007 e presentear todos os que participaram, com esta magnífica prova, está sem sombra de dúvida toda a equipa da Organização da Meia Maratona de S.João das Lampas de Parabéns! Muitos parabéns a toda a equipa, personificada na pessoa do Fernando Andrade (pela resistência ao tempo e não só como é evidente!), mas que sem aquela, nada disto teria sido possível!

Um único reparo negativo, totalmente alheio à organização, cai inteiramente para o mau trabalho da GNR, que apesar de ser paga para condicionar o trânsito e garantir a segurança dos atletas (do primeiro ao último) nitidamente não o fez! O controlo do trânsito que se pretendia condicionado, foi claramente insuficiente e deficiente para a cauda do pelotão, e se, nem que fosse apenas para um único atleta a sua segurança ser colocada em risco, o estabelecido não foi cumprido nem alcançado. Um antigo problema desta prova que provavelmente só um poder (político? social? económico?) mais forte pudesse eliminar. Talvez se de um jogo de futebol se tratasse, o trânsito fosse cortado na íntegra. Talvez.

2 comentários:

Hugo disse...

"Uma excelente reportagem fotográfica levada a cabo pela equipa da AMMA"...
Esta frase deu-me arrepios! Acusem-me de perseguição, mas há certas palavras que não devem ser usadas, aquando da referência às imagens da AMMA.

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Olá Hugo

Quer ser mais explícito? Não percebo o comentário.

Para melhor "discutir" o assunto, sugiro que o faça na Pista 8 - Fórum de Atletismo, onde este mesmo texto e esta mesma frase que lhe causou arrepios, está exposto.

Teria muito gosto em o ter por lá para esclarecermos este seu comentário. Terá as suas razões para escrever isto, mas seria uma pena ficarmos por aqui. Da discussão nasce a luz.

Deixo-lhe o link da Pista 8, onde o espero:

http://www.fotorunporto.com/forum/