Por aqui, por casa, há quem trabalhe para fora a partir de
casa, como se estivesse fora, mas está dentro a fazer mexer lá fora, e
a tentar garantir o pão cá dentro, há quem trabalhe o resto do tempo na própria
casa na tentativa de a manter operacional e perfeitamente funcional para os
habitantes, há quem estude, há quem resista, quem aprenda, quem cuide, quem segure
as paredes do castelo com a força dos braços, reforce a Fortaleza e a abasteça de
mantimentos com a regularidade necessária para alimentar os guerreiros, use as
armas que tem, com responsabilidade e a necessária seriedade, quem ria quando
quer chorar, quem chore sem absolutamente razões nenhumas para chorar, quem
fervilhe de emoções e nada transpareça, quem dê graças à Vida e à sorte que com
que esta o tem bafejado, há quem brinque, quem leia e quem jogue, quem durma tranquilo e quem não
durma, há quem acumule cargos e quem viva indiferente aos noticiários, mas todos, todos sem excepção, lutam no conforto do lar pela
sobrevivência. No lado mais fácil desta batalha que o Mundo enfrenta. Em casa. Lutam para sobreviver a esta nova ameaça a juntar às que já não
são novas, e lutam para daqui a um tempo sorrirem só porque são sobreviventes! E esta
gente aqui por casa, com a sua humildade e respeito pelo conhecido e pelo desconhecido também,
continua a acreditar que “Vai ficar tudo bem”, mesmo quando correntes próprias
de adolescentes no auge da sua rebeldia os chamam de hipócritas e contrariam a
frase, desdenhando-a e desvalorizando-a. A frase. Como se a frase fosse só uma
frase…Sem entender a importância e necessidade de manter a aparente inocência e infantilidade
de continuar a acreditar e repetir até ao fim dos nossos dias que “Vai ficar tudo bem.”
Fica em casa, se puderes. Se a tua profissão e missão nesta vida não implicar impreterivelmente que saias…fica em casa. Nós ficamos. É a nossa missão.
Sem comentários:
Enviar um comentário