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terça-feira, 12 de maio de 2009

Dias úteis...

Porque hoje é um dia útil...



De Sérgio Godinho:

"Dias úteis
às vezes pretextos fúteis
pra encontrar felicidades
no percurso de um só dia
Dias úteis
são tão frágeis, as verdades
que se rompem com a aurora
quem as não remendaria?
Dias úteis
mesmo se a dor nos fizer frente
a alegria é de repente
transparente
quem a não receberia?
Mesmo por pretextos fúteis
a alegria é o que nos torna
os dias úteis
Dias raros
aqueles que por amparos
do bom senso e da imprudência
fazem os prazeres do dia
Dias raros
como os ares, Rarefeitos
amores mais do que perfeitos
quem os recomendaria?
Dias raros
em que os mais dados às rotinas
ouvem sinos, seguem sinas
cristalinas
quem as não perseguiria?
Por motivos talvez claros
o prazer é o que nos torna
os dias raros
Por pretextos talvez fúteis
a alegria é o que nos torna
os dias úteis
Por motivos talvez claros
o prazer é o que nos torna
os dias raros
Por pretextos talvez fúteis
por motivos talvez claros"


Também porque treinei e porque treinei entre amigos, hoje... foi um dia útil e um dia raro. Muito útil e por demais raro...

Treino: 50 minutos de corrida contínua lenta




- Domingo, vou à Corrida da Mulher, no Porto. Queres ir? Eu levo-te! – Pergunta ela entre um golo de café amargo e forte e um olhar doce e intenso, penetrante como ela gostava de olhar, quando falava com amigos, como se para ver além do visível.
- Então não é só para mulheres? – Pergunta ele em vez de responder à pergunta dela.
- Ora! E se fosses e não corresses? Morria alguém? – Replica ela a adivinhar já a resposta dele e os motivos para ela.
- Não… não vou, ainda se fosse correr… - responde ele por fim, vindo ao encontro do pensamento dela.
- Fod****!!! Mas quando e onde é que eu arranjo amigos normais? Pessoas que não corram?! E que ainda assim tenham prazer em me acompanhar?!

Desviou o olhar e só não se levantou da mesa por respeito, mas uma raiva contida apossou-se-lhe da garganta e inundou-lhe os olhos de lágrimas. Não, não era por ele não ir com ela ao Porto. Era… por mil e uma coisa… e por nada também. Menina mimada… pensou ele, e com carinho acariciou-lhe o rosto que ela desviou magoada. Não com ele, é certo. E ele não merecia aquela cena. Então ela limpou os olhos com as costas das mãos e com o sorriso triste mais bonito que ele já tinha visto, disse-lhe:

-Desculpa…desculpa…

2 comentários:

ana paula pinto disse...

Foi bom o treininho ontem, não foi? O pôr-do-sol na baía e aquele cheirinho a maresia, justificou tudo...

Temos que repetir a "dose", mas mais perto:)))

Lénia disse...

Oi Ana,

Só para deixar um beijinho! Vejo que os treinos já se tornaram mais frequentes...Muito bem.

E o peso continua a descer. Assim é q é!!!

Beijinhos,
Lénia