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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Parabéns Lucy, um ano de vida completado!




Por estes dias, estás a completar um ano de vida neste mundo, Lucy. Um ano de vida deste lado da cortina. Vinda sei lá de onde, do lado de lá, da ponta ou do meio do arco-íris, do céu dos cães, do paraíso relvado onde os cordeiros balem e brincam com os leões e os homens e as mulheres andam nus sem pudor nem erotismo a comer maçãs. De lá, de um lugar escuro ou de luminosidade intensa, tão branca que fere os olhos, os sentidos e o entendimento, de lá, do vazio, do nada, de lá, onde as almas despojadas da matéria, por fim libertas, se reciclam, como vidro colocado no vidrão, e dão vida a outros corpos, outras formas, imagino. Ah, que ninguém me diga que os cães não têm alma! Que não passam exactamente pelas mesmas etapas que nós humanos, mesmo que essas "etapas" não passem do negrume frio da morte e do fim eterno, suposto descanso, mas não me digam que não, que não têm almas e não retornam ao mundo que conhecemos noutras formas. Não me digam, pois vós sabeis nada a respeito, tal como eu. Nada! Viste por lá a Molly, Lucy? Não sabemos nada Lucy, e tu, o que sabes, dizes-me de forma tão simples como rebuscada que nem sempre consigo entender. E continuo a tentar decifrar-te, a tentar ler-te, e se por vezes parece que entendo tudo num simples olhar teu ou através de outra forma de comunicação que temos e à qual ainda não deram nome, outras vezes há, em que o que entendo mesmo, é nada. É o mistério da Vida. Absolutamente encantador, apesar de tanta coisa que por vezes nos faz achar o contrário.

Foste resgatada da rua com semanas de vida, com a tua mãe e uma mana, certamente da mesma ninhada. Descobrimos-te no Cantinho da Milu, chamavas-te Oliana e fomos-te buscar a 29 de Janeiro de 2022. Calculam que tenhas nascido num desses dias (ou noites) no Outono de 2021. Fins de Novembro, princípios de Dezembro, disseram. Sugeriram-me para adoptar um dia em que "festejaria" o teu nascimento e marcaria como o dia do teu aniversário. Mas não consigo fazê-lo. A fazer jus à velha e cansada máxima, a vida são todos os dias, importa é viver o momento, etc, etc e tal, e acabas por não ter o teu "dia de anos", mas a verdade é soberana e sabes bem, que estou cá para ti, todos os dias. E todos os dias contam, todos os dias cuidamos, festejamos e agradecemos a benção da vida todos os dias, mesmo quando estamos arreliados por ninharias, mas logo passa, e fazemos coisas especiais sempre que nos apeteça (a ti apetece sempre, claro) e sempre que as circunstâncias nos permitam.

Assim, minha pequenina travessa e desafiadora até ao tutano e mais, mas também de compreensão e doçura singular, que vou desvendando aos poucos mas que já me faz amar-te e saber-te uma cadela muito, muito especial, muitos parabéns e muitos e bons anos de vida, connosco, claro! E saúde, saúde, saúde, que é o bem mais precioso que a vida nos pode dar.Porque o resto, o resto a gente arranja.

Parabéns Lucinha!


















2 comentários:

Joaquim Costa disse...

o Facebook nas sua memorias lembrou me ontem algo que eu partilhei no final de um treino de inverno já lá vão 4 anos , um gato veio ter comigo
"Quando o homem aprender a respeitar , até o menor ser da criação , seja animal ou vegetal , ninguém precisará ensinar a amar o seu semelhante "
Os animais são os seres mais fieis á face da terra.

JoaoLima disse...

Muitos parabéns, Lucy! :)