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terça-feira, 8 de maio de 2018

7ª Corrida Rota do Queijo

Lousa, 6 de Maio de 2018 


Gosto muito desta prova! Pertence ao Troféu Corrida das Colectividades do Concelho de Loures, que vai este ano na sua 34ª edição.

É a 7ª Corrida Rota do Queijo, em Lousa, e eu lá estive.

Inscrição gratuita e fácil (por mail para a Câmara de Loures, ou mesmo no próprio dia no local, antes da partida, no secretariado da prova), um percurso rápido, para quem tiver pernas e caixa, bonito e num misto de asfalto e terra batida, durante cerca de 8 Km, em que basicamente são 4 a subir e 4 a descer. Saída de Lousa, subida à fábrica de queijo Montiqueijo e regresso a Lousa por asfalto sempre a descer, sempre a abrir para quem puder.

Quilómetros marcados, percurso sem trânsito, feito em segurança e na meta um saquinho com 1 garrafa de água, 1 maçã, 1 queijinho maravilhoso e um belo pão. Troféus por escalões e para as equipas, não esquecendo que o Troféu promove verdadeiramente a Corrida para todos, incentivando, e proporcionando uma manhã desportiva a todas as idades, pois não esqueçamos as provas para os escalões jovens que decorrem antes da principal.

Uma vez inscrita numa prova do Troféu, esse mesmo dorsal dá para todas as provas do troféu, seguindo-se já Bucelas dia 20 de Maio. 

Há pois a natural e quase sempre salutar competição entre os atletas de todas as idades que disputam o Troféu mesmo "a sério" e com objectivos específicos para pontuarem e alcançarem um bom lugar no final do Troféu, para eles e para os clubes que representam. E depois há os paraquedistas, que como eu, não estão propriamente interessados no Troféu mas participam simplesmente numa ou outra prova simplesmente pelo que a prova oferece. E a Corrida Rota do Queijo oferece muito! A custo zero! Eu adoro a dificuldade do percurso, o cenário onde corro, o arvoredo, as subidas em alfalto e em terra batida entre árvores sob um sol abrasador e depois a descida até à meta, novamente em alcatrão. Adoro! Por isso lá volto sempre que posso.

Depois na meta, temos como prémio de presença (limitado aos 200 primeiros chegados à meta da prova principal), um queijo da dita fábrica e um belo pãozinho, além de uma maçã e de uma garrafa de água. No entanto este ano, alguma coisa não esteve bem, pois nitidamente não estavam 200 atletas na prova principal e ao contrário do anunciado no Regulamento não houve o queijo, nem o pão, nem a maçã nem a água (e a água é fundamental!) para alguns dos chegados à meta. Igualmente e ao contrário do anunciado no Regulamento, não houve abastecimento de água durante a prova, o que não sendo muito grave se considerarmos a distância, é mau se consideramos que o regulamento não foi cumprido e é péssimo se consideramos que o Sol já ia muito alto e o calor fazia-se sentir e bem. O que vem levantar a questão se o horário da partida (10:30hrs) não poderia/deveria ser mudado para mais cedo, pois a prova começa com as corridas dos escalões mais jovens, e a principal, de maior distância, acaba por ser muito tarde e apanhar uma hora de maior calor, na minha opinião.

De qualquer das formas, eu sou uma rapariga com muita sorte e apesar de ser quase dos últimos a cortar a meta, eu ganhei, além da manhã rica em vivência, o meu saco de plástico, com a garrafa de água, a maçã, o pão e o magnífico queijo, que por sinal nem  me passou pelo estreito  que isto de ser Mãe, apesar do dia ser delas, das Mães, elas reúnem a família e como sempre, dão o melhor que têm, e se se distraem um bocado, como foi o caso, quando dão por ela, o queijinho ganho na Corrida já era, tendo sido depois muito elogiado por todos que lhe afinfaram o dente.

Ouvi vários atletas descontentes, os que não receberam nada na meta, nem água e isso, a falta de água não é aceitável de todo! Estão chateados e têm razão. A água, não podia faltar!
Mas eu quero acreditar que foi uma falha inesperada, por um motivo qualquer, (os humanos que fazem coisas falham, só quem nada faz, não falha) e quero acreditar que no próximo ano não se repetirá, e se a vida me permitir, lá estarei de novo.

A minha Corrida:

Estou gorda e destreinada. Falta-me força, resistência e velocidade. Sobra-me peso e dores. E medos também. Desânimo e ânimo sempre no campo de batalha. Hoje venço eu e apareço em Lousa para correr. Para ter uma manhã a fazer o que gosto e que me dá mais e melhor vida.

Amigos reencontrados. Recentes e de longa data. Conversas. Sempre bom. Muito bom! Adorei reencontrar a Ana Gonçalves e conversar com ela. 
Entretanto e depressa a partida é dada. Alguns metros na estrada nacional para depressa começarmos a subida. A Ana já desapareceu lá para a frente. Vou alguns metros com a Alexandra, mas não acredito que a consiga acompanhar. E não consegui. Talvez nem tivéssemos 1 km de prova e a subida se intensifica, e ela vai. E eu vou também, mas pesa-me tudo e vou mais devagar. Tenho poucos atletas atrás de mim. Sou obrigada a caminhar. Tão cedo, penso. Isto está bonito está. Não digo mal da minha vida, mas que bom seria estar mais levezinha e melhor treinada. Isto promete. No próximo fim de semana é pior, penso. O 6ª Trilho das Lampas aguarda-me e estou quase apavorada. Mas aquilo faz-se. Agora concentra-te nesta, penso. Mais uns passos de Corrida para logo à frente voltar a caminhar. Ando nisto uns bons metros, até ser apanhada por um atleta que vem de trás e com uma energia positiva altamente contagiante e difícil de se encontrar por aí. Contagia-me verdadeiramente. Conversa. Apoia-me. Motiva-me. "Curtinho, curtinho", repetia ele referindo-se aos passos que deveríamos dar na subida para evitarmos parar. Para eu evitar parar! Que ele ia fresco que nem uma alface! "Curtinho, curtinho, não pára, peito para fora, cabeça levantada, curtinho, curtinho, anda para aqui, mantém-te na minha energia, curtinho, curtinho, vamos apanhar a Clara, curtinho, curtinho!" E assim, como se estivesse na tropa a seguir as instruções de um sargento, lá ia eu seguindo o Serafim, a custo, é verdade, mas muito divertida e admitindo que sem ele, me custaria muito mais e já teria parado um milhar de vezes pelo menos. Ia em esforço, quase contrariada por não poder ceder ao cansaço e começar a caminhar cabisbaixa mas admitia que ele estava a ser uma ajuda crucial. Até que entramos no estradão de terra e a sua inclinação e extensão já fazem mossa. Aí, avisei que ia descolar, tinha mesmo de andar, os músculos já ardiam e caminhei mesmo por alguns metros. Mas o Serafim não descolou! Não me deixou na minha agonia e continuava a puxar por mim, agora já a irritar-me com o seu "curtinho,curtinho, vamos lá, curtinho, curtinho". Não deixei transparecer o que sentia e contive com alguma dificuldade  o que me apetecia mesmo dizer-lhe "Oh homem, vá-se embora, deixe-me em paz, siga, e cale-se lá com o raio do curtinho curtinho, foi uma excelente ajuda até agora mas agora eu tenho de caminhar um pouco, siga, faça a sua prova, fosga-se, largue-me da mão, caraças!" Mas não. Sabia perfeitamente que este grito mudo era uma raivinha por ele não me estar a facilitar a desistência, e dessa forma, me dar força para continuar. E assim, poucos metros andei e depressa o volto a acompanhar, em lentíssimo passo de Corrida, ao ritmo do "curtinho, curtinho".
Passamos a fábrica do queijo, volta-se ao alcatrão, e agora é praticamente "só" descer para a meta. Mas ainda faltam mais de 3 kms. Apanham-nos a Clara e o Luís e fazemos praticamente estes últimos quilómetros, os 4 juntos. Reconheço a imprescindível ajuda do Serafim, e fico-lhe grata pela força que me deu praticamente na prova toda. Cortamos a meta juntos. O Luís adiantou-se um pouco e a Clara, mandei-a para a frente pois estará com certeza a disputar o Troféu e os pontinhos fazem-lhe falta.

Despedidas feitas a todos e agradecimento genuíno ao Serafim. Sem ele, faria a prova na mesma, isso é certo, mas não seria a mesma coisa.  

Foi uma manhã muito bem passada e por isso agradeço e dou os parabéns às entidades envolvidas: Junta de Freguesia de Lousa, Camara Munucipal de Loures e a Colectictivade da Freguesia de Lousa. Mas para o ano, vejam lá melhor a quantidade dos queijinhos e a água, a água, simplesmente não pode faltar!

Outros dados da Corrida:

Apesar do gps continuar a registar caminhos que não sigo, e portanto distâncias que não percorro e logo, média de ritmo que não faço, a verdade é que corri cerca de 8 Km e demorei 53 m para fazer a 7ª Corrida Rota do Queijo.

A minha corrida, registada pelo meu gps, pode ver-se aqui

Mas para quem tiver curiosidade, pode ver o registo correcto da corrida, feito pelo Luís e que pode ser visto aqui. Percurso, distância e altimetria bem mais perto da realidade do que a minha, que como podem ver, parece que corri, andei e voei por lugares incertos, o que não deixa de ser verdade, especialmente quando corro.










O meu companheiro de aventuras: o Melro:





Falta a maçã e a água, que também recebi na chegada:

Classificações podem ver-se aqui

E aqui encontra-se o Regulamento

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma manhã bem passada, uma manhã de corrida genuína, a companhia do Melro, a Maria sabe...
Beijinhos Ana e abraço ao Melro.
António

Anónimo disse...

Ana,fantástica reportagem como é teu hábito. Com uns treininhos e mais uns "queijinhos no buxo" a velocidade vai melhorar vais vêr. Mas o convívio é o mais importante e nas fotos irradias felicidade e é isto que é importante.

Boa prova para os T.Lampas.

Bjs

Filipe Torres disse...

Nem uma fotografia com o Serafim?! Curtinho, curtinho! eheh muito bom