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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Filme

O filme fazia-se anunciar de mistério e aventura com cheirinho a romance no ar. Deixava adivinhar riscos corridos e algum perigo, mas depressa se revelou muito romântico e cómico, com verdadeiras cenas de autêntica comédia romântica como por exemplo o primeiro encontro deles, a querer ser comemorado à lareira, com uma garrafa de vinho que se revelou estragado mas que nem por isso lhes estragou a noite, alternando com sério e doce romance e ainda algum erotismo por vezes a roçar a pornografia e muita sensualidade. À mistura algum suspense e terror quando por exemplo na banheira ela apavorada esperava a qualquer momento a invasão dele na casa de banho, de serra eléctrica ou machado na mão, a correr o cortinado de rompante e a (não) surpreendê-la nua e molhada, totalmente indefesa na banheira daquela mansão isolada no meio da montanha no Nordeste de Portugal, ou quando nus, pela primeira vez ela o abraçou a medo, e fazendo deslizar a sua mão pelas costas dele devagar, temia descobrir-lhe algum indício de ser alienígena, como escamas ou objecto frio e metálico, o que felizmente não se veio a concretizar. O início de uma vida a dois, cheia de partilha e muito amor, num constante descobrir do outro e o redescobrir do Amor, fazem-nos acreditar que o Amor é ainda possível depois de algumas más experiências de vida das personagens. Algumas dissidências resolvidas a bem, e o solidificar de uma relação, não sem dificuldades, vão sendo mostradas ao longo do filme, fazendo-nos agarrar às personagens e à história. Mas de repente o romance que parece belo e excitante e nos embala durante quase duas horas de duração do filme, dá lugar ao drama, ao abandono e ao crime. Pequeno nada que impõe um fim inevitável, triste, dramático e ensanguentado, digno dos mais célebres "Thrillers" que surpreende tudo e todos os desatentos que não observaram os vários sinais que foram sendo dados na segunda parte do filme, mas que, absorvidos pelo sonho de um amor de sonho que quereriam para si, não repararam neles. Quando a fita é cortada e abruptamente chega ao fim, acaba o filme e o espectador não sabe se a história morre assim ou se vai haver continuação, com outras personagens ou estas mesmas, mortas ou vivas, que isto nos filmes tudo é possível.

Bons sonhos e bons filmes

1 comentário:

horticasa disse...

Mas que filme!?...
As comédias romanticas já não nos dizem nada, são cópias umas das outras, com homens sempre fantasticos, lindos e amorosos, que nos fazem (no fim) muito felizes para sempre.
Mentira, mentira, homens são homens... podem até ser boas pessoas, mas são homens.
bj eugénia