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sábado, 9 de novembro de 2024

20ª Maratona do Porto, 3 de Novembro de 2024

 A primeira vez que fui ao Porto... fui Correr! Há coisa de trinta anos, por aí. Não havia cá Jorge Teixeira nem RunPorto nem o Porto era a referência de topo no panorama das Corridas em Portugal e não só, como hoje é. Quer dizer, Jorge Teixeira existia com certeza, mas dedicava-se a outras actividades e éramos perfeitos desconhecidos. Alguns anos mais tarde, ouvia-se dizer que ia haver uma Maratona no Porto. Expectativas, dúvidas, entusiasmo, as reacções foram variadas, como variadas são as pessoas. E em 2004 perante a descrença de muitos mas a perseverança de um homem, nascia a Maratona do Porto. Esse homem é o Jorge Teixeira, que tive o prazer de conhecer pessoalmente poucos dias depois numa visita a Lisboa num jantar de amigos. Trouxe-me as lembranças da Maratona acabada de nascer, e começou aí uma relação de amizade, naturalmente pautada pelo respeito, admiração e carinho, obviamente, que eu vivo muito com o coração. E no ano seguinte (2005) tive de a ir Correr! E desde aí estive sempre presente. Quer como participante da Maratona, da prova mais pequena, da caminhada ou até mesmo só e apenas como apoiante a amigos, ou ainda como organizadora de autocarros Lisboa-Porto, num serviço que a Runporto disponibilizou durante alguns anos aos Maratonistas de Lisboa e arredores. Sempre presente, desde a 2ª edição. Vi-a crescer, evoluir, vestir várias camisolas e passar por várias fases e por fim hoje, transformar-se num gigante majestoso e admirável nesta sua 20ª edição! Como admiro este senhor: Jorge Teixeira. É um orgulho poder chamá-lo de amigo e um orgulho ver tudo o que criou no que à Corrida diz respeito. Munida de uma equipa competente e profissional, a Maratona do Porto atingiu um patamar de excelência que cativa quem lá vai. Sempre com espaço para melhorar, alguns percalços pelo caminho nestes 20 anos, mas depois há ali uma magia qualquer, um sentimento que me faz sentir um ligeiro nó na garganta, uma comoção só de entrar no Edifício da Alfândega do Porto, onde decorre a feira da Maratona e o levantamento dos dorsais. Talvez por cada vez me ser mais difícil dizer presente a esta grande festa e encontro de amigos, que é a Maratona do Porto! Nesse aspecto, não foi diferente este ano. Mas e o resto, foi diferente? Como foi? Conta.

Despertada para a Vida em Julho deste ano, voltei a segurar as rédeas ao cavalo e recomecei a tentar Correr, sem saber muito bem onde chegaria. (E ainda não sei.) Inscrita apenas na prova pequena, Corrida dos Ossos Saudáveis, 10 Km dentro da Maratona do Porto, lá me organizei logisticamente falando para deixar os meus quatro bebés bem entregues (os meus pais e os meus cães) e sábado de manhã rumei ao Porto com a minha amiga Maria. Fomos directas à Feira da Maratona no Edifício da Alfândega do Porto. Ai como gosto de ver tudo com calma, como gosto dos reencontros, dos stands de outras Maratonas, a alimentar sonhos e mais sonhos. Como gosto de recordar mas mais ainda de viver este momento. Dorsal levantado e almoço na cave, Pasta Party. Hotel para o check-in, acabar de ver o Benfica ganhar e um excelente jantar em Matosinhos, com mais que excelente companhia! Ala que se faz tarde que o dia começou muito cedo para estes meninos e vamos descansar.

O dia da prova: 5:45hrs deveria tocar o despertador, mas acordei 15 minutos mais cedo, claro. Pequeno almoço no hotel, café mais banana mais queijo mais fiambre e acabei por exagerar... devo ter-me entusiasmado e por instantes pensei que ia fazer 42,195 Km. Autocarros levam os atletas até à partida, e num instante estamos lá! O dia começa agora a nascer e o Porto está lindo como sempre o vejo, lindo, absolutamente encantador com as gaivotas a contarem-nos segredos enquanto nos sobrevoam. Depressa chega a hora de alinharmos no nosso bloco de partida. Lá vou eu.Lá vamos nós. A música faz-me arrepiar e de novo aquele nó na garganta. Tantas emoções, tantos sentimentos e eu ali aos saltinhos a simular um aquecimento. Tinha um objectivo; voltar a fazer abaixo da hora os 10 km. Ainda não o conseguira desde este novo recomeço em Julho. Era possível e eu ia tentar. A Maratona parte e pouco depois, nós, os dos Ossos Saudáveis. O Douro ao lado a correr para o mar e eu num mar de gente a Correr também. Sensações únicas apesar de já conhecidas mas estas de hoje são novas, são o presente, o meu presente, a vida a ser vivida agora, como sempre deve ser! Felicidade é o que sinto mais a porra do nó na garganta a ameaçar soltar uma lagrimazita mas é de felicidade, juro! Vou controlando bem e estou sempre abaixo de 6, km a km. Sensivelmente a partir do km 7 começo a sentir algumas dificuldades para manter o ritmo. E depois há aquela subidinha da Boavista, mas depois também a descida, vá, há que ser honestos, mas lá à frente, km 9, mais uma subidinha, agora para a meta e aí o ritmo desce e vou acima de 6' o km. Ainda assim sinto-me forte e não quebro muito. Dou luta, sinto-me com garra e dessa forma corto a meta, 59m40s. A minha prova pode ser vista aqui, no Strava Sinto-me bem, sem histerismos injustificados. Pelo contrário, o que sinto é tranquilidade e paz. Fiz o que me desafiei a fazer. Lutei por isto, acreditei e fiz. Sinto-me bem, muito tranquila e serena. Como a Corrida me faz bem, como a Corrida me dá tanto. Para a Vida. Quem Corre, sabe. Reencontro a minha Maria e é ainda muito cedo. Caminhada até ao hotel, banho bom, mensagens para saber notícias dos nossos amigos Maratonistas, e almoço melhor ainda! Depois, mochila às costas e Ribeira com elas! O Porto é encantador! Não vejo a hora de lá voltar!

E foi assim o fim-de-semana da Maratona do Porto, um fim-de-semana muito bom, cansativo sim, mas vim carregada de boas energias. Muito Obrigada Jorge Teixeira, Fernando, Nuno, Duarte e Sara, e a todos os amigos que sem querer e sem saberem contribuiram para este fim-de-semana espectacular já escrito (e este já ninguém apaga) no livro da minha vida.

Regressada à base, revejo os acontecimentos e retomo os planos. Constato que tenho um joelho, que já partiu fragilizado, um pouco mais dorido, há portanto que tratar dele e diminuir um pouco a carga. Não sei bem como com uma prova de Trail (11 Km) já no dia 17 Novembro. É o 1º Trail Aldeia da Granja. E depois há por aí umas S.Silvestres, e depois planeio uma Meia, lá para Abril talvez,  e vou continuar a treinar com o objectivo de em 2025 Correr a 21ª Maratona do Porto. Como os treinos vão evoluir e o corpo reagir não sei, e todos estes planos podem cair por terra a qualquer momento, mas se não tentar, nunca saberei. E eu vou tentar.


O site da Maratona do Porto, com todas as informações e classificações, aqui

Fotos, pela FOTOP, aqui

Video, pela Academia da Corrida, aqui






















domingo, 13 de outubro de 2024

Corrida do Sporting, 13 de Outubro de 2024

 

Foto de Luís Duarte Clara

"- Filho, olha uma senhora do nosso Benfica!"

A criança, uns três ou quatro anitos se tanto, a repousar no passeio sobre o triciclo parado, enquanto via os milhares de participantes a Correr na estrada, pousa os seus olhos de um azul claro celestial, nos meus, sorri e bate palmas, o que aliás, já vinha a fazer a todos que passavam. Aos que envergavam a camisola da entidade organizadora da prova (Fundação Sporting), e a todos os outros, de todas as equipas, raças, cores, tamanhos, ritmos, formas e credos.

É isto a Corrida! Liberdade. Igualdade. Direito conquistado, (mesmo a pagar) e a felicidade estampada no rosto de cada um, por cada singela conquista, por cada passo dado, por cada batalha ganha dentro de cada um que só cada um conhece! 

Tempos houve em que eu não parava um fim-de-semana. Provas e mais provas. Ia a todas, parecia. Depois, por motivos vários, fui obrigada a acalmar e por vezes até me sabe bem melhor um treino solitário ou com alguns amigos, do que propriamente a participação nas provas.

Mas a minha amiga Sónia Castro, Sportinguista de gema, que está a dar os primeiros passos na Corrida e a adorar, desafiou-me para a Corrida do Sporting e eu...podia lá recusar...Vamos pois! 

Os treinos por aqui continuaram e hoje lá nos apresentamos na partida. Bloco +60. Previa fazer entre 1h05 e 1h10m e já seria um bom resultado. E corremos no meio da multidão. Ao princípio juntas, mas depois deixei-a para trás. Ela ia "bem" mas nestas coisas, cada um ao seu ritmo, cada um faz a sua prova, salvo combinações prévias, mas não foi o caso. Cada uma iria fazer o que melhor conseguisse. Se desse para irmos juntas, iríamos, se não desse, amigas à mesma. E lá segui, tentando a partir daí, fazer o meu melhor. Saiu-me 1h03m30s, que me valeu a posição 3239 entre 5074 chegados à meta. Dado o meu hsitorial recente e porque nós somos nós e as nossas circunstâncias, estou bastante satisfeita com o resultado. Ainda acabei com força (mas já ia um bocadinho à rasca, confesso) e páro o cronómetro mesmo debaixo do portal da meta, onde aliás já se encontrava uma fila bem maior que o desejável para sair dali. Algumas fotos (a fila estava parada mesmo) e uma garrafita de água pela qual ansiava apesar do abastecimento a meio da prova, que demorou "eternidades" a chegar à minha mão... Uma medalha de madeira...vale o simbolismo da coisa, uma pulseira e uma maçã que me passou ao lado.

Inscrições a partir de EUR 16,00 para não-sócios, levantamento de dorsais só permitido até à véspera da prova, o que é perfeitamente compreensível, um saco com o emblema do clube e uma t-shirt. Um percurso na capital de Portugal, devidamente cortado ao trânsito. Resultados muito rápidos e boas reportagens fotográficas e de video. O evento teve também uma caminhada de 4 Km e a Corrida Jubas a decorrer no sábado, para os mais jovens.

Fotos:

Por Luís Duarte Clara -  Album 1 Album 2

Por HMS Sports

Por FOTOP









sábado, 5 de outubro de 2024

46ª Meia Maratona de S.João das Lampas - 28 de Setembro de 2024

Dentro da 46ª Meia Maratona de S.João das Lampas, correu-se também a 5ª Meia Rampa, prova de 13 Km a decorrer em simultâneo com a Meia Maratona, quilometros esses correspondentes exactamente aos 13 primeiros da prova grande. Tem sido assim de há uns anos para cá, possibilitando a participação aos menos preparados, onde eu quase sempre me incluo.E foi na Meia Rampa que eu participei uma vez mais.

Em Julho, dou por mim inscrita (Obrigada Fernando Andrade!) e agora o que há a fazer? A forma física, para não variar muito do historial, estava como nunca esteve: não conseguia correr 100 metros sem ter vontade de me atirar para o chão, derreada. Enfrentei o touro de frente e resolvi...tentar! Tentar! Afinal se não tentar não saberei se sou capaz. E por vezes, conseguimos muito mais do que pensámos. Por vezes, acomodámo-nos e entregamo-nos ao "não consigo, não posso, não dá", etc e tal. Tentei. Há mazelas físicas permanentes (pelo menos assim me parecem), limitativas mas não impeditivas. Há dores e há sobrepeso. Deste último, livrei-me com facilicidade (14 Kg) e com ele foram-se as dores que me atormentavam há largos meses, nos pés, tornozelos e joelhos. Olha a novidade, dirão. Pois, tão simples. Menos peso, menos dores. E de 6 de Julho a 28 de Setembro foi um longo caminho, nem sempre doce. Houve dúvidas, desânimo, mas também muita fé e prevaleceu a resistência, a vontade, o foco. Eu ia ter de fazer aqueles 13 Km e queria fazê-los a Correr e dentro do tempo limite da prova (1h30m). Armei-me da força da amizade, do amor-próprio, que tantas vezes me foge, e lutei, lutei sempre mesmo quando tudo parecia que não ia resultar! 

Levei comigo quem respondeu ao desafio: Sónia Castro e Sandro Cunha, absolutamente estreantes na Corrida e de quem me orgulho pela persistência e resultado deste caminho que de alguma forma fizeram comigo. E o meu amigo António Pereira, que me acompanhou a prova toda, como nos "velhos tempos". E sem termos combinado, ainda tive um brinde: Mário Lima juntou-se a nós e fizemos a prova toda juntos. Uma história para contar, bonita, que durou 1h29m05s na vida da gente!

S.João das Lampas não está em festa este ano. A data mais tardia este ano, fez com que a prova não decorresse no fim de semana da festa. Está pouca gente. Deixa-me triste. A prova está muito bem organizada. Merecia mais! Desde as inscrições, o valor, pasando pelo levantamento de dorsais, o percurso, marcações, total segurança em relação ao trânsito, abastecimentos durante e no final, brindes, medalhas, camisola, apoio dos voluntários, dos bombeiros, da polícia e do público, as reportagens fotográficas, a chegada à meta, as classificações, as massagens no final, a possibilidade de banho, a cerimónia da entrega de prémios, as flores, a rosa entregue na recta da meta, tudo isto dão à prova uma nota exemplar e lamento que tão poucos tenham usufruido, e tão poucos tenham respondido ao esforço de uma organização que vai na sua 46ª edição, a fazer pela Corrida, a fazer pelas pessoas e pelo Desporto, e a fazer corações felizes, que é parte que valorizo sobremaneira.

Acabei por fazer a prova toda em passinho de Corrida, meesmo nas Rampas, Muito Obrigada António e Mário, e a minha prova pode ser vista aqui, no Strava 

Este ano, tive ainda mais um brinde, o cartaz da prova mostrava uma rapariga a correr a 39ª edição da Meia Maratona, e que a acabou por ser a  2ª classificada da geral Feminina nessa edição, em 2015, com 1h37m18s. Vale o que vale. Para mim, vale ouro que é o valor da amizade.

Muitos Parabéns à Organização! Éramos poucos mas tivemos tudo! 

E haja força e saúde para todos vós e todos nós, e venha de lá a 47ª edição que eu digo desde já: Presente! E vocês? 

















No meio das melancias, tão boas no final da prova!
Foto da Organização

A Meia Maratona em números:

125 atletas chegados à meta na Meia Maratona

54 na Meia Rampa

Cerca de 18 Caminheiros

Classificações podem ser vistas aqui

O Evento no facebook

Fotos por:

RUN4FFWPU - Album 1

RUN4FFWPU -Album 2

Luís Duarte Clara

New Identity - Visual Graphics várias publicações com fotos no evento da prova

Ainda algumas fotos da amiga Leonor Duarte, e da Maria Póvoa que uso aqui e no facebook

A todos, muito Obrigada, e se falta aqui alguma informação, por favor perdoem-me e corrijam-me 


sábado, 29 de junho de 2024

Em preparação para a 46ª Meia Maratona de S.João das Lampas

Vai realizar-se a 28 de Setembro de 2024, num sábado à tarde, com partida às 17:00hrs, a 46ª edição da Meia Maratona de S.João das Lampas.

É "só" a 2ª Meia Maratona mais antiga de Portugal (a mais antiga é a da Nazaré)

Mais informações vão sendo partilhadas aqui, no Evento criado no facebook


domingo, 12 de maio de 2024

10º Trilho das Lampas

 10º Trilho das Lampas. Continuo presente. Desde a 1ª edição, ora na versão do Trail Longo, Trail Curto ou apenas Caminhada. E o "apenas Caminhada" permitiu-me uma vez mais usufruir do Trilho, da Natureza, da Alegria e especialmente da Amizade. S.João das Lampas está-me no coração. E o Trilho das Lampas, foi onde me estreei nos Trilhos, em 2013. (https://mariasemfrionemcasa.blogspot.com/.../1-trilho-das...), a medo primeiro para depois me apaixonar e voltar em todas as edições seguintes. Nas suas variantes ao longo das edições, tem-se sempre revelado um Trail "fácil", muito corrível e bom para "iniciantes", sem por isso deixar de ter o seu grau de dificuldade e a dar luta aos desafios de cada um, sejam eles ganhar a prova ou o escalão ou simplesmente vencer batalhas muito íntimas e pessoais e conseguir alcançar a meta. Ou então tão só usufruir do Trilho e apreciar o Pôr-do-Sol (quando as nuvens não o cobrem) e os bonitos cenários ao longo da prova. S.João das Lampas recebe-nos como poucos. Não fosse ter o Fernando Andrade como timoneiro desta embarcação desde sempre.

Teve esta edição 268 classificados chegados à meta do Trilho e outros tantos participantes na Caminhada.
Sempre que consigo, levo algum amigo para "experimentar" ou repetir e tal é por vezes o meu entusiasmo que só quero levá-los todos para todos por lá serem felizes como eu sempre tenho sido!
Entristece-me não estar a conseguir Correr. E se é verdade que há limitações e obstáculos físicos embora não impeditivos de Correr, mas muito limitativos, também é verdade que me tenho deixado cair, o que inevitavelmente exponencia as dificuldades existentes. São fases da vida e agora estou nesta, a mudar ou não, que estou farta de promessas mas que gostaria muito de voltar a palmilhar os trilhos em passitos curtos de Corrida, ai isso gostaria. A ver vamos.
Tenho-me mantido fiel ao Trilho o que me vale o "título" de Totalista e ser reconhecida como tal, apesar de "só" Caminhar, tocou-me profundamente. Há palavras que nos tocam, há silêncios que nos tocam ainda mais num simples abraço e num olhar e "só" a Caminhar, fui uma vez mais muito feliz em S.João das Lampas. Muitos Parabéns à Organização e venha de lá a 11ª edição....quem sabe em versão diurna? Deixar morrer o Trilho é que não!
Resultados em:
Organização, fotos e mais informação: https://www.facebook.com/daslampas