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domingo, 21 de novembro de 2010

Troféu da Caparica 2010

Troféu da Caparica 2010
21 de Novembro de 2010

Integrada nas comemorações do 538.º aniversário da Freguesia de Caparica, a Junta de Freguesia mais uma vez organizou e realizou o Troféu da Caparica.

Com inscrições gratuitas, a prova proporcionou 6 percursos/provas de distâncias distintas, adequadas a cada escalão, desde o Benjamim ao Veterano. Medalhas, t-shirt, água, maçã, bolo e fita de pendurar ao pescoço" porta-qualquer coisa".

Teve partida e chegada em frente à Junta de Freguesia de Caparica com um pórtico insuflável e grades delineadoras de funil, movível conforme as provas.

Saliento a disposição e boa vontade da Junta em manter esta prova/troféu, que leva vários jovens e crianças da freguesia a conhecer e praticar o Atletismo, através de vertentes aliciantes como o é o convívio e a brincadeira, dessa força incentivando-os discretamente quando se sabe que nessas idades o amor à Corrida tanto pode nascer e ficar, como ser morto à nascença. Está pois também nas mãos de pequenos clubes que levam os miúdos às provas, muitas vezes utilizando meios pessoais, como o carro do dirigente ou treinador, ou ainda o táxi.

Com percursos bem marcados e suficientemente seguros em termos de condicionamento de trânsito, assim se correu no Monte da Caparica e zonas envolventes.

Muitas medalhas, medalhões, troféus e taças foram atribuídos por classificação, quer por escalão quer por equipas.

Tudo decorreu de forma agradável e regular, sob um sol que alternava com umas nuvens que vieram a vingar na altura de atribuição de prémios e aí, com a chuva a ajudar, um parco palco e telheiro montado onde o pódio só entrou porque estava a chover e por isso, por não se ter pensado antes ser esse o seu local de eleição, os atletas adultos batiam praticamente com a cabeça na lona que fazia de tecto, e o livre acesso dos atletas (miúdos e graúdos) ao mesmo, quer antes, durante e depois das provas, não evitou que houvessem muitas medalhas (de participação) desaparecidas, desorganização dos troféus alterando a ordem com que estavam estrategicamente arrumados, e uma taça de vidro partida, que seria para a 1ª classificada feminina.

Ainda essa aglomeração de gente tirou toda e qualquer dignidade ao pódio, que por várias vezes parecia uma cena tirada de um filme : "tudo ao molho e fé em deus".
Faltou uma mão (ou voz) de ferro que soubesse impor comportamentos - de respeito para todos - os que trabalham para pôr de pé este evento, e para com os próprios atletas premiados, e foram muitos.

E se numa zona onde a pobreza material vive de braço dado com a pobreza de cultura e educação cívica e desportiva, sendo esta última consequência da primeira, o que não seria directo e óbvio, mas infelizmente em 99% dos casos é, umas grades de ferro isolariam o local de forma a que a prova acabasse com a dignidade com que decorreu.

Meninos da rua e na rua, pés descalços ou de sapatilhas gastas e rasas e rotas, sobre as poças de água da chuva, mas olhos sorridentes, alguns de beleza ímpar e intrigante, que aprenderam hoje, que aprenderão no dia a dia? Que frutos dará o trabalho e dedicação destes clubes, destes dirigentes, destes treinadores? O futuro o dirá. Hoje, o presente só mostra que o que aprenderam ainda não chega, apesar de lhes mostrar um mundo diferente das suas casas, das suas famílias, do seu bairro. E se calhar não chegará nunca, quando a família é alheia a tudo isto.
Enquanto decorria a cerimónia de entrega de prémios (ver ao fundo):
E assim se fechou mais um Troféu da Caparica, já eram perto das 2 da tarde.

Muitos Parabéns à Junta de Freguesia da Caparica, aos Bombeiros e à GNR, e ainda a todos que dando o seu contributo passaram despercebidos, e também a todos os clubes que participaram com as crianças e jovens da sua freguesia. A eles, os meus parabéns pela coragem de manterem de pé estes eventos e estas participações, lutando com dificuldades que atletas como eu, de portátil ao colo no conforto da minha sala escrevo estas linhas, não imaginam nem uma ínfima parte.

A prova contou ainda com uma fraca participação, o que é pena, pois sem atletas, as corridas morrem...

Que a Junta de Freguesia de Caparica seja capaz e tenha condições de o evitar, conforme foi prometida pela Senhora Presidente.


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A minha Prova

Eu... sou sempre a mesma. Penso se vou, se não vou, e na maior das vezes decido bem: vou! Aconteceu hoje de novo, para não variar.

Atravesso o Tejo e a Margem Sul recebe-me. De braços abertos como o Cristo Rei, como mãe de filha durante cerca de 20 anos. Hoje, do lado de cá, voltar à Margem Sul, é sempre ...bom!

Chegámos cedo, reencontro amigos, café, casa de banho e ... fotografar os pequeninos que entretanto já tinham começado as suas provas. Adoro fotografar. Mal ou bem, como sei. Mas que adoro, adoro! Na esperança de imortalizar instantes, irrepetíveis. Expressões e gestos que ficam assim imortalizados no instante de um clic da máquina fotográfica. Delicio-me com as crianças.

A correr dando o seu melhor:
A aguardar o prémio:
A brincar e a mimar um cão vadio:


Depressa é hora de despir e aquecer. Estas provas são rápidas. E é ainda mais importante aquecer. Alinham-se as Veteranas na Partida com os Juvenis, masculinos e femininos e as Seniores femininas, se as houve... Somos apenas 4 veteranas, o resto são miúdas e miúdos.

Corri 3,770 km em 20m05s, fazendo uma média de 5:20 / Km. Não que isso importe. O que realmente importa é que estive lá e corri. Só isso importa realmente.

A prova não é difícil apesar de algum declive, que logo o meu corpo sentiu. Mas fui bem. No meu ritmo. Deixei (porque não tinha qualquer outra hipótese) a minha amiga Magnífica seguir para a frente, e vou no meu ritmo. É nisso que me concentro. E aprecio as avenidas rasgadas pela linha do Metro, aprecio ainda mais o bom condicionamento do trânsito feito pela GNR. Gosto. Não aprecio mas observo duas jovens que ora me passam ora caminham ora cortam caminho nas grandes e largas rotundas. Aqui a velhota (para elas sou) mesmo dando a volta às rotunda completa - pela estrada, ainda chega para elas. Acabo por chegar à frente de ambas. Não que isso tenha importância, mas alguma terá. Gosto de observar, e até de interagir, mas quer as duas miúdas quer um miúdo que ia nos mesmos propósitos, não me deram troco.

Gosto de correr aquela prova. Gostei muito. Chego à meta. Desligo o cronómetro, corro mais um pouco para acalmar o coração, alongo, visto-me e ... máquina em punho e agora as fotos são comigo! A partida e a chegada dos atletas da prova principal e a atribuição de prémios. Adorei.

No final, depois de saber que iam faltar medalhas e que a Junta ia ver o que podia fazer para as entregar a quem não teve (por causa do desaparecimento de várias), olho a minha e o meu prémio não é esse. O meu prémio não pode ser roubado, pois está guardado dentro de mim, e prescindo dela facilmente, o que a organização acabou por agradecer depois de alguma insistência minha. Perceberam. Talvez não valha de nada, talvez valha. Talvez chegue a alguém que a quis e a não teve... Eu pelo menos fiz o que senti que devia fazer.

Saí de lá já tarde, mas dei por muito bem empregue a minha manhã.

Adorei e agora é continuar.

Até amanhã querido diário


Perto de 400 fotos no site da AMMA Atletismo Magazine Modalidades Amadoras de António Melro e Ana Pereira, pai e filha

Classificações... em parte incerta ou talvez mais tarde no site da Junta


Os prémios ainda alinhados, arrumados, inteiros e ainda não faltava nenhum:
A 1ª e a 2ª equipa classificada, com os mesmos pontos, tendo-se decidido dar o 1º lugar ao Clube dos Amigos do Atletismo da Charneca da Caparica por terem obtido maior número de 1ºs lugares, tendo ficado em 2º o meu Clube do Sargento da Armada, aqui representado pelo meu amigo Fernando Oliveira:

4 comentários:

Unknown disse...

Boa participação

Fernando Andrade. disse...

Parabéns Ana.
Mais uma a consolidar essa determinação de voltar a ser a "Ana das Corridas".
Grande beijinho.
FA

Unknown disse...

Olá Ana;

É bom participar neste tipo de corridas, independentemente da sua dimensão organizativa. Quem organiza faz o seu melhor, e por vezes não conta com os detalhes, menos próprios e de comportamentos menos aceitáveis!, é a sociedade em que vivemos.
No final o que foi importante foi, tentar por pessoas adultas e jovens a fazer desporto. E isso vale tudo.

Boa acção, afinal prémios existem muitos, e alguns não precisam de serem mostrados porque o valor está no esforço desportivo e no convívio que passamos.

Um abraço dos Xavier's

Anónimo disse...

Oi ANinha.. parece que é uma prova pequena não é? mas bem gostosa!
Agora fiquei com uma duvida.. o que é medalhão???