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segunda-feira, 28 de junho de 2010

31ª Corrida das Fogueiras - 26 Junho 2010 - palavras

Albano Ginja - atleta-guia em muitas competições

A Realidade e a Verdade

A realidade é tudo o que existe. A verdade é uma interpretação mental da realidade transmitida pelos sentidos. É a apreensão dos dados que nos são dados pelos sentidos. Também é verdade que a verdade de um, não é a verdade de outro. Porque apreendemos a hipotética realidade de forma diferente dos outros, de forma única, sujeita às nossas experiências, vivências e análises pessoais, por mais que as queiramos universais.


A 31ª Corrida das Fogueiras

É uma realidade que a prova se realizou pela 31ª vez, ao fim do dia 26 de Junho de 2010, com a organização da Câmara Municipal de Peniche.

É verdade que a corrida levou à meta 1849 atletas que percorreram a distância certificada de 15.000 metros.

É também verdade que não gostei nada de ter apenas metade da estrada para correr nos primeiros quilómetros, nem de ser atropelada pelos rápidos (?!) atletas da Caminhada de 6 Km, que colocou milhares a correr e a caminhar na noite penichense, iluminada e aquecida pelas fogueiras e pelas gentes, alegres, a ladear as estradas dentro da cidade.

Outras verdades da prova:

Uma animação organizada e popular muito grande. Partida a horas, quando o Sol já se pôs, e a noite caía. Cheira a carvão e a peixe e a mar. Peniche é uma terra bonita, muito bonita. Sobrevoam-nos as gaivotas, gemendo ou cantando, neste fim de dia enquanto aquecemos junto aos barcos ancorados ao cais.

Foguetes e partida dada. Corremos pela cidade, sendo rapidamente apanhados (quem partiu do fim do pelotão) pelos caminheiros que partem imediatamente a seguir, favorecendo uma maior moldura humana mas impedindo a Corrida de se desenvolver nos primeiros quilómetros (para os atletas de meio/cauda do pelotão) tendo em conta que se tem apenas metade da estrada para avançar. Com a consciência de quem faz quase hora e meia aos 15, aponto serenamente o erro que é manter apenas metade da estrada e permitir que a Caminhada saia imediatamente a seguir à prova principal, misturando-se nesta. Um coxo que corre 15 km tem direito a correr os 15 km, sem ser obrigado a parar por a estrada ilusoriamente afunilar devido ao elevado número de atletas.

A prova começa a partir do Km 6 quando se deixa o burburinho da cidade. Ficássemos ali e o encanto se esfumaria numa prova de massas, para as massas, onde a Corrida em si, fica para segundo ou terceiro plano em prol de imagens que se querem mostrar a patrocinadores e afins.

Percurso sempre bem marcado, delineado, seguro porque fechado ao trânsito, acompanhado, ainda com pontos de aglomerado de público, de muito apoio popular e da organização, fogueiras a guiar-nos, quando corremos ao lado do mar e salpicados pela maresia. Abastecimentos fartos de água. Anunciado o nosso tempo aos 10 km. Controlo por chip.

Camisola de qualidade técnica (?) para todos os participantes e medalhão. Ainda prémios por classificação.

Aplausos bem merecidos para a Câmara Municipal de Peniche. Que venha a 32ª edição.

Resultados



Confissões lá pelo quilómetro 12 ou 13 da Corrida das Fogueiras

Escuro. Asfalto. Passos no solo. Respiração ofegante. Músculos rígidos. Salpicos de mar e de suor no rosto e no corpo. O coração a bombear o sangue que corre o corpo e revigora os pensamentos, enchendo-os de luz na noite escura.

- António, deixe-me confessar-lhe uma coisa... há muito muito tempo que não me sentia assim tão bem.
- Isso é que é importante. "A gente" sentir-se bem!

Eu eu senti-me! Muito bem! Com força! Parti e depressa me fiz acompanhar do Pinho e do Torres, um trio que se espera repetir a 7 Novembro na Maratona do Porto. Depois de os ter avisado que provavelmente os ia deixar avançar, logo ao final do km 5, lá me consegui aguentar porque eles também abrandaram, e agora (km 10 ou 11), depois de deixarmos o Torres para trás, queixando-se de uma lesão já sua conhecida, eu e o Pinho seguimos juntos ainda. Com força.
Sigo muito confiante e forte. ("forte" significa aqui que vou bem e não me arrasto, o que não quer dizer de forma nenhuma que vá num ritmo forte! - só para o caso de não terem percebido). Falo. Confesso o meu bem-estar. Ali às escuras, a sentir o coração e a correr como uma gazela, com o mar e o vento e o luar na cara, confesso que há muito tempo não me sentia assim! Assim tão bem! Feliz. Plenitude. A correr para os que me esperam na meta. Feliz por os saber ali também. A correr por eles hoje! Também isso sim! É esta a minha Verdade.

E é verdade que gosto de correr ali! Gosto da noite, do ar, das gentes, das inclinações, do fogo, do mar... Peniche. Corrida das Fogueiras:

Um prato cheio de emoções, servido e consumido em 1h25m56s, que levo para casa e vou sorvendo devagar, a fazer durar, render, até nova refeição.

É verdade também que a Organização oferece sardinhas assadas no final da prova, num espaço onde é promovido o convívio. Desde há algumas edições, fujo da confusão e saio de mansinho. Admito que seja extremamente difícil servir refeições de sardinhas assadas e pão e vinho a milhares de pessoas, de forma minimamente aceitável. Pessoalmente evito e dispenso as guerrilhas por uma sardinha enquanto outros participantes carregam geleiras de sardinhas para levar para casa.

domingo, 27 de junho de 2010

31ª Corrida das Fogueiras - 26 Junho 2010

Peniche, 26 de Junho de 2010

Antes da prova, ao lado de meu pai e entre os amigos António Almeida e Vitor Veloso, e suas admiráveis famílias:
Pronta para correr e arrasar (parece que o ego continua em alta, para contentamento de muitos amigos, indiferença da maioria e descontentamento de uns poucos):
A chegar à Meta com António Pinho que me acompanhou a prova toda, na distância de
15,140 Km, no tempo de 1h25m56s, numa média de 5:41 / Km:
O bonito medalhão, a fazer inveja aos troféus grosseiros de edições anteriores:
Fotos no site da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras

Palavras da prova, mais logo ou amanhã

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Aprender a correr devagar e Dificuldades

Pois é, se não corro depressa, olhem que também não sei correr devagar, e é preciso. Saber correr devagar!

Tenho de uma vez por todas me "esquecer" dos tempos que fazia, e FAZER hoje, de acordo com o meu estado e forma. Tenho de APRENDER A CORRER DEVAGAR!

Seis da manhã, salta da cama, que agora é Verão e até sabe bem, e rua!

7 Km em 43m39s média de 6:14 / Km - média que não revela em nada o treino, pois houve uma grande diferença entre os primeiros Kms e os restantes, para não dizer que houve um súbito cansado que me obrigou a ir abrandando, abrandando, abrandando...

Senti muita dificuldade no útimo terço do treino. Cansada. O ritmo a abrandar, a abrandar, as pernas a pesarem, a respiração a fazer-se cada vez com mais dificuldade, a rogar pragas ao trânsito (que já há demasiado a esta hora), a desculpar-me com a hora, com o ar poluído, com as poucas horas de sono, etc. etc… Assaltam-me as palavras de um comentador que o caminho até à Maratona vai ser cheio de dificuldades. Contando com esta, tenho vinte semanas para as ultrapassar.

Por falar em dificuldades, numa estrada pelo campo dentro, começo a reparar que o asfalto está salpicado de… caracóis. Muitos! Pelo menos um por metro quadrado. Todos a atravessarem a estrada, na mesma direcção, da esquerda para a direita, certamente com a intenção de chegarem à outra margem, não percebendo eu porquê, pois o campo e a paisagem era igual dos dois lados, aos meus olhos de humana. Mas na sua sabedoria de caracóis, eles insistiam em atravessar a estrada e chegar ao outro lado. Devagar, devagarinho, correndo o risco de serem esmagados, quer pelas rodas dos rápidos veículos, e como se isso não bastasse, também pelas patorras deste ser pesado que insiste em correr, pum, pum, depositando um pé a seguir ao outro, pesadamente, sobre o asfalto negro.

Dificuldades eu?! Nesta travessia de 20 semanas? Dificuldades eu?! Nã…nada disso!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Treinos e ...MARATONA DO PORTO 2010 !!

Depois da Corrida no domingo, outra vez sem dar notícias... Parada a Maria? Sempre a mesma coisa esta mulher!

Não! Não esteve parada! Nem de perto nem de longe! Aliás, nem se lembra na sua vida toda, de estar tão cheia de vontade de treinar e com uma frequência e regularidade nunca antes praticada por si. Se faz bem ou mal, sábado em Peniche, na 31ª Corrida das Fogueiras, saberemos já.

Então foi assim, ontem:

2ª feira, 21 de Junho de 2010, fim da tarde:
Corri 6 Km. Demorei 36m56s. Média de 6:08 / Km
Ao entrar no carro, no fim do treino, sinto-me excelentemente bem, e digo para o meu pai: "Ainda vou voltar ao que era!" - Uau! o ego está inchado, tudo lá em cima! Ai Maria, vê se assim te mantens! Se eu não te conhecesse e não conhecesse também o efeito momentâneo de euforia e de bem-estar mental, provocado pela prática do exercício físico, até acreditava em ti, tal a convicção com que o disseste.

E hoje...
3ª feira, 22 de Junho de 2010, fim da tarde:
Corri 5 Km. Demorei 27m31s. Média de: 5:29/ Km

Não sei treinar! Definitivamente já não sei treinar! Se é que alguma vez o soube... Sigo desde hoje o meu treinador virtual da Asics, que dada a minha forma de momento, e o meu objectivo (MARATONA DO PORTO a 7.11.2010 em 4 horas), que me recomendava para hoje 5 km a 6min / Km o que daria 30 minutos, e eu, não fiz nada menos nem nada mais que 5 Km em 27m31s, o que dá uma média de 5:29 / Km. De bofes na boca é certo, mas ainda sim, cumpri os estipulados 5 Km... de forma mais ou menos regular, embora um bom bocado mais rápidos que o estipulado. Se isso é bom ou mau? Sei lá, veremos daqui para a frente.

MARATONA DO PORTO
? Sim, leram bem sim!

MARATONA DO PORTO a 7 Novembro de 2010! Muito longe no calendário? Olhem que não! É agora mesmo que tenho de COMEÇAR! Este, é o ano da desforra!


Até amanhã querido diário

domingo, 20 de junho de 2010

11ª Corrida das Festas Cidade do Porto

O meu pai entre amigos:
A 11ª Corrida das Festas Cidade do Porto

Industrializada. Standardizada. Certificada e homologada. Aperfeiçoada. A raiar o irrepreensível e a perfeição com a isenção de pontos negativos de relevo. Como um produto "made in CE". Assim foi a 11ª Corrida das Festas Cidade do Porto, que se realizou hoje na cidade com o mesmo nome.

Apreciamos observando e analisando com o espírito crítico que nos caracteriza, e não encontramos erros a apontar. Que mais queremos? Que mais pedimos? Que mais podemos exigir e reclamar?

Uma prova que levou à meta cerca de 1600 atletas na Corrida de 15 Km, batendo o record de participações, e quase 4000 na Caminhada que decorreu em simultâneo sem qualquer incómodo ou prejuízo para as partes. Da mesma forma se verificaram os melhores tempos na prova, quer no sector feminino, por Marisa Barros com 48m57s, quer no masculino, pelo etíope Yakob Jarso Kintra com 43m15s.

Boa divulgação. Inscrições e informações facilitadas. Custo de Eur 7,50 por inscrição para a prova de 15 km. Entrega de dorsais de forma metódica e eficaz. Duas t-shirts, uma delas da Asics, boné e mochila, vinham a acompanhar os dorsais com chip incorporado, para controlo. Pequeno pormenor a distinguir por sexo, as t-shirts.

Casas de banho espalhadas pela zona da partida/chegada.

Partida dada a horas, total segurança em relação ao trânsito, percurso bem definido e com animação. Muitos e fartos abastecimentos de água. Acompanhamento constante pela Cruz Vermelha e elementos da organização.

À chegada à meta, pompa e circunstância, medalhão alusivo à prova, pequeno saco-mochila com água e bebida isotónica e outra t-shirt para proporcionar roupa seca a quem acabou de correr. Era oferecida cerveja e espaço, quer para cortar a meta, quer para alongamentos e relaxamento.
Também uma zona VIP para os atletas assim considerados.

Entrega de prémios com a devida apresentação, e sem quaisquer engasgos ou demoras.

Transmissão televisiva para o Porto Canal.

Disponibilização de resultados rapidamente através do site da organização, Runporto.

Para além de tudo isto, esteve também presente a vertente da Solidariedade, revertendo parte do valor de cada inscrição (Eur 0,50) para uma instituição não governamental, mais propriamente, a Ajudaris, que luta no combate à pobreza e à exclusão social.


Uma prova de organização excelente como aliás a Runporto já nos acostumou, merecendo por isso que lhe sejam tecidos os maiores elogios pelo patamar organizativo que atingiu, e com todo o mérito merece os nossos mais sinceros parabéns também por esta prova hoje realizada.

Ana Pereira

Resultados



Eu na Corrida, ou antes, depois, (mas é antes ou depois?) da Corrida:


Distância: 15.180 metros
Tempo: 1:40:55
Média: 6:39 / Km
Classificação geral: 1555ª entre 1597 atletas chegados à meta


Alma. Tudo depende da que pomos na coisa, e dependendo disso, a coisa se nos apresenta bela e rica, ou vazia, desprovida de qualquer beleza.
A Corrida das Festas Cidade do Porto reveste-se de um profissionalismo e integra-se num lote de provas a que nos habituamos oferecerem um certo nível de qualidade. Como produto maquinado, bem oleado, produzido por máquinas afinadas. Assim foi. Uma prova com a marca Runporto, e que não falhou uma vez mais.

Fui com amigos, encontrei amigos e voltei para casa com amigos. Um fim-de-semana diferente, a levar-me de novo ao Porto, onde tenho umas contas a ajustar (adivinhem com quem ou o quê) e onde sempre me senti especialmente bem. Mesmo quando tive de desistir numa prova especial.

Hoje corri de novo no Porto. Senti-me bem. O tempo que fiz? Céu limpo e sol, com temperatura amena e vento fraco. Não era desse tempo que pensaram que eu falava? Pois não, mas este é bem mais importante. Eu corri, engolida por uma engrenagem gigantesca que garantiu uma prova de qualidade, levando-me da partida à chegada, passando pelas várias fases de produção, para por fim ser cuspida carinhosamente na meta. Senti-me bem e cheguei à meta. Apreciei especialmente o Rio Douro e prometo voltar.

A alma? A minha perdi-a. Entreguei-a na prova e não me foi devolvida. Bem, na realidade não sei se a cheguei a levar daqui. Se alguém a encontrar, dão-se alvíssaras.

Até amanhã ou depois querido diário

quinta-feira, 10 de junho de 2010

XVI Grande Prémio de S.Vicente de Fora

Lisboa, 10 de Junho de 2010

Freguesia de S.Vicente de Fora, Alfama, Lisboa, Portugal

Organizado pela Junta de Freguesia de S.Vicente de Fora, neste Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, 10 de Junho, data comemorativa e feriado hoje nacional, desde a Proclamação da República Portuguesa de 5 de Outubro de 1910, lembrando o dia da morte de Camões, homenageando a pátria e a língua, nem sempre tendo a mesma filosofia, que oscilou consoante os tempos e os regimes políticos, realizou-se hoje o XVI Grande Prémio de S.Vicente de Fora em Lisboa, na freguesia com o mesmo nome.

Participante na provas desde há pouco tempo, pouca diferença notei das edições anteriores. Para o bem e para o mal, mal que tem sido insignificante ao ponto de se tornar perfeitamente tolerado perante o genuíno amadorismo mas igual vontade e carisma desta gente.

Uma prova castiça feita por gente castiça de uma Lisboa também ela castiça em época a antever o Santo António e a Sardinha assada. Ali, por estas mesmas ruas de calçada irregular e de eléctricos a passar (não durante a prova convenhamos, que apesar de curta, manteve de uma forma geral, nas várias provas dos vários escalões, o trânsito devidamente condicionado).
A meta montada marcada por um contentor do lixo, amovível que se deslocava consonte havia trânsito ou não, e até para definir o funil abrindo-se para o atleta cortar a meta ou fechando-se para lhe indicar que tinha mais uma volta a dar. Excelente apoio para os vários membros da organização que desde a minha primeira estada ali, teimam em fumar e deixar crescer a barriga.

Uma atleta a entrar feliz no funil da meta:
Brincadeiras à parte, que sem elas esta prova não seria o que é, e o Grande Prémio de S.Vicente de Fora é uma prova de gueto, dentro de uma cidade monstruosa e bela, e ainda assim, ali, como num microclima, proliferam a dedicação e o amor à corrida.

Policiamento a condicionar devidamente o trânsito, muita água, inclusive pelo percurso o que nem se justificaria dadas as curtas distâncias, carro de apoio e polícia à frente e no fim da prova ambulância, tornando a prova quase em circuito fechado, provas para vários escalões e muitos, muitos prémios. Taças, troféus, medalhas, por escalão, por equipas por escalão etc. etc. Quanto a mim, taças e troféus a mais, mas pelos vistos, a Junta assim faz questão de ser, angariando e disponibilizando orçamento para isso. Este ano não houve t-shirt, mas o essencial, o essencial esteve lá: Segurança e a vontade de manter uma corrida de pé, daquelas ao pé de casa, onde se pratica a teoria da Corrida para todos. Foi ainda disponibilizado banho nas instalações da Voz do Operário.
É uma prova de brincar, mas a brincar, os Homens aprendem. Dão de si e colhem. É isso que se passa ali. Confusão com as classificações, quando na maioria dos escalões os atletas contavam-se pelos dedos de uma mão, uma fraca ou inexistente divulgação, uma organização desorganizada, de beata ao canto da boca, nódoas de gordura nas calças, humilde e tosca, mas ainda assim, ainda assim puseram a correr nesta manhã dezenas de pessoas. Um movimento dentro de uma cidade que por acaso é a capital de Portugal. O movimento do amor à corrida ao vivo. Bem haja a todos eles, homens e mulheres empenhados que proporcionaram uma excelente manhã desportiva a todos que se dispuseram a participar.

Uma prova Sui generis, que na sua XVI edição, mais uma vez, põe de Parabéns muitos os envolvidos que a tornaram possível.

Se para o ano lá estarei? Talvez. E se pondero um "Não", não é tanto pelos seus pontos menos positivos, mas apenas pala distância em si, que para o meu escalão não é propriamente do meu agrado. E se pondero um "Sim" é porque é na freguesia de S.Vicente de Fora que é a sede do clube que hoje represento: Cube do Sargento da Armada.

230 Fotos de António Melro, em AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras

Eu? Eu na prova? Para a distância de apenas 3000 metros, demorei 17m37s. Fiquei em 2º lugar num escalão onde participaram 3 atletas! A prova é muito desnivelada apesar da curta distância, a recordar que Lisboa é a Cidade das Sete Colinas e hoje corremos numa delas (Castelo, São Vicente, São Roque, Santo André, Santa Catarina, Chagas e Sant'Ana).

Com amigos, antes da provaA nossa partida:
A minha chegada:
O Panteão Nacional, de portas abertas hoje - entrada gratuita aos domingos e feriados -, a observar silencioso o rebuliço à sua volta:

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ainda a Corrida do Mirante, em fotos


Mais fotos da prova no blogue de Luis Santos, da autoria de Rui Branco e Hugo Honrado . A eles aqui agradeço a disponibilização das mesmas a todos, numa parte do percurso onde nem sempre será fácil estar para captar imagens.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

9ª Corrida Do Mirante - Ota

9ª Corrida do Mirante - Ota - 6 de Junho de 2010

Sete euros e meio. Sete euros e meio e terra e pedras para calcar numa extensão a ultrapassar os 11 km na serra que aconchega Ota, terra que nos deu as chaves e abriu as portas, ofereceu a Natureza no seu esplendor para nos ver correr nela, olhou por nós como mãe a ver os filhos brincar, oferecendo-lhes a liberdade e os brinquedos, mas sempre olhando por eles, cuidando, prevenindo que se magoem e tratando das feridas quando caem. Limpando o suor depois da brincadeira e garantindo que recuperássemos energias com um bom prato de comida no final.

Isto, partido em partes, podia ser escrito em relação a várias provas, mas muito dificilmente podia ser unido para descrever uma mesma prova. E a 9ª Corrida do Mirante reúne tudo isto.

Sete euros e meio e é-nos oferecido uma prova fantástica, muito bem cuidada e que nos deixa agradados.

Adjectivos... palavras, mas afinal o que tem a Corrida do Mirante? É uma prova de montanha, é a Montanha, sem grandes montanhas, mas grandes são as gentes que a fazem.

Modesta, sem aparatos. No entanto, encanta!

A 9ª edição da Corrida do Mirante conseguiu reunir 148 atletas a chegar à meta e ainda cerca de 100 participantes na caminhada que partilhou os mesmos trilhos que os atletas (quase por completo, pois tinha a distância aproximada de 9 Km), embora meia hora mais cedo, o que evitou, mas não completamente, atropelos por parte daqueles para com estes.

As inscrições são simples e fáceis: correio, fax, mail, com comprovativo de pagamento e já está.

Chegado o dia, a entrega de dorsais é feita eficazmente. Recibos passados, questões respondidas.

Controlo dos atletas à partida. Ota para aquecer. As ruas vazias de trânsito e depressa a hora chega, como chegou este dia. O dia de eu participar pela 1ª vez nela. Na Corrida do Mirante.

Corrida sobre a qual me meteram medo, muito medo. A verificar que afinal o medo dos outros é o de se enfrentarem a si próprios, talvez como o meu, e talvez ficarem na classificação com apenas cinco atletas atrás de si, como eu fiquei (e um por cortesia), e ainda assim amar uma Corrida, porque a Corrida continua a ser isso: Vida! E eu amei e amo, esta e aquela, porque a primeira me dá a segunda, e a segunda me proporciona a primeira! Como um ciclo! E o Mirante podia não ter nada com isto, mas tem!

Levou-nos pelo verde, entranhas da serra, fez-nos saltitar a água e caminhar quando as forças não eram suficientes para correr.

Subimos ao Mirante e descemos. E subimos e descemos, e subimos e descemos, e subimos e descemos, e enfrentamos o "V", a descida íngreme que lá em baixo volta a subir, fazendo-nos vislumbrar um horizonte de pedras e terras, e um quase perfeito "V" no horizonte. Ainda assim, nada de especial. Nada que não se faça! E eu fiz! Até eu fiz!

Pelo percurso fora, sempre muito bem sinalizado, há voluntários e a Cruz Vermelha, presença constante, palavras amigas, de cuidado, que nos caem bem. E bem vamos nós. Só podia!

Água não faltou, nem sacos para as garrafas vazias, embora estes em minha opinião pudessem estar ligeiramente mais afastados dos pontos de abastecimento, evitando talvez (ou não) a falta de respeito do atleta para com o Meio que o rodeia, que deixa as garrafas de plástico em locais menos visíveis e/ou acessíveis.

Corremos e sentimo-nos sós, connosco, mas ainda assim perfeitamente seguros! A cada curva, elementos da organização vigiavam, e numa prova em perfeitos caminhos de cabra, sabia bem ter ali alguém, a olhar por mim, a acudir caso fosse preciso. Uma sensação única! Deram-nos a liberdade para nos sentirmos em comunhão com a Natureza e em simultâneo acompanhados, se fosse preciso. Comigo não foi preciso. Mas houve quem precisasse, como sempre acontece inevitavelmente em provas de Montanha.

Por fim, depois de muitas subidas e descidas e descidas e subidas, a vila de volta. Ota. A Meta.

Recebemos um saco com 1 t-shirt, um pequeno troféu, água e um bolo. Temos massagem à disposição se nos dispuséssemos a aguardar, assim como banho, se a nossa paciência fosse prevalecente à pressa e assim pudêssemos usufruir do que a Organização nos quis proporcionar.

O cuidado de abordar quem chegava sobre eventuais comentários e pareceres à prova (ou foi só a mim?!). Não acredito que fosse.

Tudo nos agradou, até e depois da chegada à Meta.

De seguida foi oferecido a todos um almoço-convívio no Parque de Merendas, com carne para grelhar, salada, pão e vinho, à disposição e discrição, relativamente bem organizado, mas muito bem cuidado, disso não há quaisquer dúvidas. Período esse durante o qual se fez a entrega de prémios por classificação, de onde de cima de uma camioneta de caixa aberta, se fez a chamada e distribuição.

Sorrisos e simplicidade. Modéstia e alguma falta de rigor nas classificações instantâneas que entretanto se corrigiram (ou não).

Uma prova muito bonita e simples, muito simples como simples é a Natureza mas onde não se descurou o essencial. A segurança, o cuidado e empenho de todos os envolvidos para que a prova corresse bem, fez-se sentir! Fez-se muito bem sentir! Em cada passo que dávamos!

Por tudo o que conseguiram proporcionar a todos os participantes, os meus mais sinceros Parabéns! Que a preseverança se mantenha, aliada a meios que vos sejam disponibilizados e vos permitam continuar a fazer esta prova por muitas mais e excelentes edições, como o foi já esta, a nona.

Ana Pereira

Prova organizada pela Junta Freguesia de Ota, Assembleia de Freguesia, Centro Social Recreativo e Desportivo Da Ota, Futebol Clube de Ota, Concelho Directivo dos Baldios, e ainda o apoio da Câmara Municipal de Alenquer

Classificações


algumas fotos...

O secretariado da prova e Meta:
Antes da partida, com António Pinho, prazer de rever:
Partida, da cauda, claro, ladeada dos meus amigos José Carlos Jorge, que em grande forma depressa me deixou para trás (força companheiro para esse desafio megalómano para que te preparas) e Rui Lopes, um principiante nestas coisas, mas que se portou melhor que eu:
pouco depois da partida, segui agora também com o meu amigo Adelino, que a preparar-se para a Freita, teve a paciência de nos acompanhar:
A "minha" chegada, ainda com o meu querido amigo Joaquim Adelino, que se puxou por mim o caminho todo, também teve o direito de me tapar completamente quando nos aproximávamos da meta e nos preparávamos para a foto :)
Já depois de cortada a meta:
Seguia-se o almoço no (já que do banho não há fotos):A Cruz Vermelha Portuguesa, no merecido repouso:
Com o meu pai, já de pratos vazios, depois de nos reabastecermos com carne e salada:
A entrega de prémios de cima de um veículo de caixa aberta (se fosse fechada, seria complicado...digo eu):


A minha amiga Ana a receber o prémio pela sua magnífica prestação e consequente classificação: