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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL PARA TODOS!

Também porque este é um meio de que disponho hoje, desejo aqui a todos os que me visitam

UM FELIZ NATAL

Com a permissão dos sonhos e dos desejos renovados uma e outra vez.

Ana Pereira

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Actualização

Porque parece que já nos habituamos a não ter tempo, que quando o temos, temos de arranjar maneira de o matar, a ele, o tempo, e sem outra razão que a acima, dou por mim a meticulosa e organizadamente actualizar os meus contactos. Telefónicos. Ou” telemóvicos”? Visto que se movem comigo para onde quer eu vá e dormem comigo onde quer que eu durma e até se mantenham comigo em noites de insónia ou de conversa animada, e até mesmo me acompanhem no trabalho e no café, e … sabe-se lá mais onde.

Dos números apagados, 5 (cinco) pertenciam a indivíduos já falecidos, e que uma qualquer força (ou fraqueza) me impediu de os apagar até agora, como se o facto de os manter ali me fizesse acreditar que ainda estão vivos. 2 (dois) eram números de indivíduos em que dei por mim a pensar “mas para que raio tenho eu o número de telemóvel deste tipo/a?” pois só ali ficaram por se pensar que o contacto se justificasse e mostrou a vida que afinal não se justificou, nem justifica. E outros 2 (dois) ainda eram de título semi-profissional e que apenas se justificaram enquanto certas negociações decorreram.

Todos os outros se justificam. Pelo menos, por enquanto. Assim é a vida. Assim sou eu na vida das pessoas, assim são as pessoas na minha vida. Como a agenda de um telemóvel. Pessoas que chegam, passam, ficam um tempo, e partem. Todas! Sem excepção.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Memórias

3 de Dezembro de 2008 - outros Dezembros do início da década de 70

Saiu do consultório satisfeita. Não exactamente satisfeita mas antes tranquila. Extremamente tranquila. Não tinha nada afinal. Afinal ela não tinha nada que ali pudesse ser tratado.

Lisboa ao entardecer em dia de Outono ameaça de Inverno. Um céu cinzento com salpicos de chuva sobre os rostos e uma brisa fria que crescia à medida que ela se aproximava do rio. A Baixa está já enfeitada com as iluminações de Natal. Mas àquela hora, apesar de ser hora de ponta (cinco e meia da tarde) há uma tranquilidade reconfortante e estranha, nas ruas, intensificada pela luminosidade própria de um dia chuvoso a dar lugar à noite e permitir às luzes brilharem com todo o seu esplendor. Uma tranquilidade que inequivocamente emana e transborda dela.

Como por magia as ruas estão quase vazias, tranquilas como ela. Tem tempo ainda. Desce a Rua da Madalena, corta para a da Prata e pára numa pastelaria que como as ruas e como ela, está tranquila e serena.

Lembra-se que não almoçou e pediu café com leite e uma bonita bola de Berlim. Com creme pois claro. Sentou-se e lembrou-se dos tempos em que só vinha a Lisboa com a mãe, por ocasiões especiais mas idênticas às de hoje: uma ida ao médico, ou ainda para umas compras de coisas simples que não se encontravam senão na capital. Dias especiais esses, em que se parava sempre para lanchar. Na Baixa, no Chiado, no Rossio ou na Praça da Figueira.

É bonita Lisboa. Cheira a chuva e o odor do café com leite e do bolo intensificam-lhe a tranquilidade e avivam-lhe as memórias. O cheiro do ar a lembrar outros tempos em que a sua vida era tranquila e as preocupações não lhe cabiam na magia de ser criança.

Hoje, toma o lanche sozinha e estranhamente sente uma solidão raramente sentida. Talvez a proximidade do Natal e das luzinhas a piscar nas montras em frente a façam lembrar outras coisas, outra vida que foi a dela. Mas hoje é esta.

Sentiu vontade de telefonar a uma amiga, uma das poucas que tem, mas inibiu-se. Sentiu-se egoísta por telefonar para satisfação de uma necessidade sua: a de não se sentir tão só. Não ligou. Terminou o lanche, limpou as migalhas ao guardanapo, deu o último trago de café com leite, pagou e saiu. Simpáticos os estranhos. Os empregados e mais dois únicos clientes além dela. Um desejo de boa tarde foi trocado em conjunto com um sorriso e ela seguiu.

Caminhou até ao rio. Do outro lado está de novo a vida dela. Cala a nostalgia sob uma chuva agora intensa e as tarefas quotidianas que se impõem àquela hora do dia não lhe permitem sequer pensar mais em solidão ou lá no que quer que seja que se lhe assemelhe.

Hoje ainda, não correu.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

1º de Dezembro

Dia 1 de Dezembro de 1640 - Dia 1 de Dezembro de 2008

Despertara formoso aquele. Frio e chuvoso este. Às 8 horas e trinta minutos do primeiro, os fidalgos chegavam aos portões do palácio, ao Paço da Ribeira. Às nove badaladas, irromperam impetuosamente. Mataram o secretário de estado D. Manuel de Vasconcelos e prenderam a Duquesa de Mântua, representante do rei de Espanha em Portugal, poder ao qual Portugal esteve submetido durante mais de 60 anos, unido politicamente a Espanha.

Domínio Filipino é a designação dada a esse período, com início em 1581 aquando da aclamação de D. Filipe II de Espanha como Rei de Portugal.

O descontentamento geral dos portugueses levou a esta revolução – Restauração de independência de Portugal. O povo, pelo agravamento dos impostos, a nobreza porque se viu privada de altos cargos a que aspirava e fora obrigada a participar na guerra sem qualquer recompensa e a burguesia porque viu diminuir os seus lucros comerciais com a concorrência de Holandeses, Ingleses e Franceses.

Estavam criadas as condições para a revolta. E a revolta deu-se. Corremos com os Espanhóis e foi aclamado Rei de Portugal D.João IV, Duque de Bragança.

Deu-se no dia 1 de Dezembro de 1640. Que não esqueçamos! De novo uma nação independente (?), sem o domínio espanhol.

Viva Portugal e a Restauração da nossa independência, o que quer que seja que isso signifique na prática e no quotidiano de cada Português.

Quase isto tudo vem no livro de História do 6º ano (com excepção dos habituais comentários polémicos sem por isso deixarem de ser pertinentes, facilmente perceptíveis nas duas últimas frases do texto, da autoria da criadora deste blogue.

Mas quem é que não sabe isto?

Restauração? Hum... Acho que dado o meu descontentamento a nível pessoal com algumas coisas que só de mim dependem (mais ou menos….) acho que vou eu fazer a minha Restauração! Irromper pelo castelo, matar com espada aguçada um ou dois fantasmas que me têm dominado ao longo dos meus 39 anos, e proclamar-me Rainha do meu Reino. Serei eu capaz?

Mas verdade verdadinha, aqui a menina quando correu fora do seu Portugal pela primeira vez, em Abril de 2001, levou escarrapachada ao peito com muito orgulho, a bandeira de Portugal. E ouvir o “speaker” da Maratona de Paris, aclamar ao microfone a sua chegada, com um sonante “Et voilá Portugal!!!! Un grand pays!!!”, sentiu o que não consegue transpor em palavras, e que isso a marcou de tal forma que o sente como se fosse hoje, lá isso é verdade! Vá-se lá saber porquê…

E viva Portugal!

Maratona de Paris, Abril de 2001 - "Et voilá! Portugal! Um grand pays!!" - Inesquecível...